É um dos multimilionários mais cobiçados do mundo, por ter construído um império multimilionário ainda antes dos 30 anos, mas nunca chegou a acabar a licenciatura em que se matriculou na Universidade de Harvard. Doze anos depois de ter dito adeus aos livros para se dedicar em exclusivo ao Facebook, Mark Zuckerberg voltou à universidade que viu nascer o TheFacebook para dizer à sua geração, a dos millinennials, a “mais bondosa” da história, que tinha chegado a hora “de definir um novo contrato social”.

“Todas as gerações expandem a sua definição de qualidade. As gerações anteriores tiveram de lutra pelo direito ao voto e outros direitos civis. Agora chegou a hora de definirmos um novo contrato social para a nossa geração”, afirmou.

“O desafio da nossa geração é criar um mundo onde toda a gente tem um propósito”, disse o líder do Facebook, explicando que ter um propósito é quando as pessoas sentem que fazem parte de algo maior do que elas próprias, que têm algo melhor para trabalharem. “O propósito é o que cria a verdadeira felicidade”, afirmou.

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O líder da rede social lembrou aos jovens que se graduaram este ano em Harvard que hoje a tecnologia e a automação estão a eliminar muitos trabalhos e que o sentimento de pertença a uma comunidade está a diminuir. “Muitas pessoas sentem-se desconectadas e deprimidas e estão a tentar preencher um vazio”, disse Zuckerberg, momentos antes de recuperar o momento em que lançou o Facebook pela primeira vez no dormitório em Kirkland House, com o amigo KX.

“Lembro-me de lhe dizer que estava entusiasmado por ligar toda a comunidade de Harvard, mas que um dia alguém ia ligar o mundo todo. E nem sequer me ocorreu que esse alguém podíamos ser nós. Eramos apenas miúdos na universidade. Não sabíamos nada. Havia toda a uma série de grandes empresas tecnológicas que tinham recursos. Apenas assumi que uma delas o faria. Mas era uma ideia que era tão clara para nós – que todas as pessoas queriam conectar-se. Por isso, continuámos sempre em frente, dia após dia”, disse.

O líder da rede social que já conta cerca de 2 mil milhões de utilizadores contou que houve uma altura em que quiseram comprar o Facebook, mas que ele recusou e que foi nessa altura que todas as pessoas saíram da equipa. “Foi a fase mais dura que passei à frente do Facebook. Acreditava naquilo que estávamos a fazer, mas sentia-me sozinho. E pior, era por minha culpa. Questionei-me se não estaria errado, eu, um impostor de 22 anos que não fazia ideia de como o mundo funcionava”, disse.

Para Mark Zuckerberg, há três formas de criar um mundo onde toda a gente tem um propósito: assumindo juntos grandes projetos com impacto, redefinindo a igualdade, para que toda a gente tenha liberdade para perseguir os seus propósitos, e construindo uma comunidade transversal ao mundo todo.

“A cultura pop e dos filmes entendeu isto tudo mal. A ideia de que há um só momento eureka é uma mentira perigosa. Faz-nos sentir inadequados porque não tivemos a nossa. Inibe as pessoas que estão a semear boas ideias de começarem. Oh, vocês sabem o que é que os filmes também compreendem mal na inovação? Ninguém escreve fórmulas matemáticas em vidro. Isso não acontece. É bom ser idealista, mas estejam preparados para serem mal-entendidos”, afirmou.

Mark Zuckerberg apelou à sua geração – a dos millennials – que redefinissem como o sistema funciona – que resolvessem o problema das alterações climáticas antes que estas destruíssem o planeta, que modernizassem a democracia para que toda a gente pudesse votar online e a educação fosse personalizada, para que toda a gente pudesse aprender, por exemplo. ”

O líder do Facebook lembrou que lançou várias coisas antes de se aventurar com o Facebook e que “os maiores sucessos chegam quando há liberdade para falhar”. “Mas hoje, temos um nível de desigualdade na riqueza que magoa toda a gente. Quando não tens liberdade de agarrar na tua ideia e torná-la numa empresa histórica, todos perdemos. Neste momento, a nossa sociedade está sobre-indexada no objetivo de gratificar o sucesso e não fazemos perto daquilo que é suficiente para torná-lo acessível a qualquer pessoa”, disse.

“Vamos assumir isto. Existe qualquer coisa de errado no nosso sistema, um sistema no qual eu posso sair daqui e fazer biliões de dólares em 10 anos e ao mesmo tempo existem milhões de estudantes que nem sequer conseguem pagar os seus empréstimos”, disse Zuckerberg.

O líder do Facebook não deixou de assinalar que a melhor coisa que construiu em Harvard foi o seu amor com Priscilla, com quem é casado e tem uma filha. “Se não tivesse criado o Facemash [rede que deu origem ao Facebook] não teria conhecido Priscilla e ela é a coisa mais importante da minha vida. Por isso, acho que posso dizer que ela foi a coisa mais importante que construí aqui”.