O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, assegurou esta quarta-feira, em Bruxelas, que os Estados Unidos (EUA) estão comprometidos com a organização e com a solidariedade entre membros.

“Os EUA estão empenhados na NATO e não é possível estar empenhado na NATO e ignorar o artigo 5.º” do Tratado da Aliança, sobre a solidariedade entre aliados, em caso de agressão, disse Stoltenberg, em conferência de imprensa no final da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa).

O Presidente Donald Trump inaugurou um memorial dedicado aos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, e à luta contra o terrorismo, que está na nova sede da Aliança.

“Trump assumiu, em várias reuniões comigo, o compromisso dos EUA com a NATO”, disse Stoltenberg, garantindo ter tido já “vários sinais do empenhamento de Washington na NATO e no artigo 5.º”. “Mais importante do que os discursos, são as ações”, considerou também o responsável da NATO, lembrando que a Administração Trump apresentou recentemente um orçamento em que prevê uma subida das despesas com defesa.

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O secretário-geral da NATO disse ainda que os aliados da NATO concordaram esta quinta-feira em aumentar a luta contra o terrorismo e em “investir mais e melhor” na Aliança. “A luta contra o terrorismo foi um dos principais temas em discussão e concordámos num plano para aumentar a nossa luta contra o terrorismo” na cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa), disse Stoltenberg, em conferência de imprensa, no final da reunião.

A NATO, explicou, vai “aumentar o apoio à coligação para derrotar o ISIS (grupo radical auto-proclamado Estado Islâmico), aumentar a vigilância aérea e partilhar mais informação”, mas sem entrar em combates no terreno. Sobre o financiamento da NATO, o secretário-geral salientou que “todos os aliados devem cumprir” o compromisso assumido em 2014, uma mensagem também deixada em Bruxelas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Stoltenberg adiantou que os países membros da Aliança se comprometeram a apresentar planos nacionais para a partilha de encargos.

Na cimeira da NATO no País de Gales, os aliados comprometeram-se a, no espaço de 10 anos (até 2024), destinar 2% do Produto Interno Bruto a despesas militares, mas, de acordo com os dados do relatório de 2016 da Aliança Atlântica, publicado em 13 de março, no ano passado apenas cinco aliados atingiram ou ultrapassaram o objetivo acordado, designadamente Estados Unidos (3,61%), Grécia (2,36%), Estónia (2,18%), Reino Unido (2,17%) e Polónia (2,01%).

Nesta lista, Portugal surge na 12.ª posição entre os 28 Estados-membros, ao ter consagrado 1,38% do PIB a despesas na área da defesa, o que significa um aumento face a 2015 (1,32%) e a 2014 (1,31%), mas aquém dos valores registados entre 2009 (1,53%) e 2013 (1,44%).