O secretário-geral do PS, António Costa, considerou sábado à noite que “o país passou tão mal” que ainda precisa de ter muitas boas notícias como a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, proposta pela Comissão Europeia na segunda-feira.

Ao intervir em Mangualde na sessão de apresentação da recandidatura de João Azevedo nas próximas eleições autárquicas, António Costa frisou que, “nas últimas semanas, tem havido muito boas notícias para o país, há até quem ache que há um excesso de boas notícias para o país”.

“Infelizmente o país passou tão mal que ainda precisa de muitas boas notícias para finalmente se reencontrar tranquilo e totalmente confiante com as contas acertadas com o seu passado e confiante no futuro”, afirmou. Mas, segundo o líder socialista, “boas notícias não caem do céu”, elas “constroem-se com trabalho”.

Se a Comissão Europeia propôs esta semana que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo, isso não é obra do acaso. Isso é obra, desde logo, das portuguesas e dos portugueses que enfrentaram e venceram com grande coragem a crise que enfrentámos”, considerou.

O primeiro-ministro sublinhou a importância de o país “ter compreendido que não bastava aumentar impostos e cortar pensões” para reduzir o défice, “mas que, pelo contrário, era necessário ter uma estratégia que apostasse no crescimento, na confiança, na capacidade dos investidores terem confiança para investirem, na criação de emprego”.

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Desta forma, acrescentou, foi possível “hoje o país estar a crescer mais do que cresce a média da União Europeia, estar a criar 150 mil postos de trabalho, as empresas estarem a exportar mais 17% do que estavam o ano passado, estarem a investir mais 11% do que estavam o ano passado”. “E é assim que estamos a sair do Procedimento por Défice Excessivo”, realçou.

O secretário-geral do PS destacou também o facto de este Governo ter “devolvido tranquilidade ao dia a dia das pessoas”.

Hoje já ninguém acorda sem saber se, ao ligar o rádio, vai ouvir o anúncio de um novo corte do seu salário ou da sua pensão ou se vai ouvir o anúncio de mais um imposto que vai subir”, referiu.

No seu entender, “as pessoas hoje acordam com tranquilidade, com confiança, com estabilidade, sabendo que a sua vida é previsível, que não mudou tudo para um mundo cor de rosa de um dia para o outro”, mas que “o país está a fazer o seu caminho” para que “todos os portugueses possam sentir que podem viver melhor”.

Na sessão estava também o antigo ministro socialista Jorge Coelho, que abriu recentemente uma queijaria no concelho de Mangualde, de onde é natural.

Jorge Coelho pediu aos munícipes “um resultado histórico em Mangualde” nas próximas eleições autárquicas, considerando que têm um presidente da Câmara com características para o conseguir.

“Temos um presidente de Câmara onde eu acho que o atual Presidente da República veio beber muito daquilo que chama política de afetos. Penso que ele deve ter mesmo andado aqui uns tempos a fazer alguma formação na rua”, afirmou.