O senador e ex-candidato presidencial John McCain disse numa entrevista à ABC que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, representa uma ameaça maior para os EUA do que o autoproclamado Estado Islâmico.

“Eu acho que o Estado Islâmico pode fazer coisas horríveis”, disse o senador republicano do Arizona. “Mas foram os russos que tentaram destruir as bases da democracia e alterar o resultado de umas eleições americanas.” Assim, para o homem que Barack Obama derrotou nas eleições presidenciais de 2008, Vladimir Putin é “a primeira e mais importante ameaça [para os EUA], ainda mais do que o Estado Islâmico”.

Noutras ocasiões, com especial insistência desde o final de 2016, quando surgiram as alegações de que a Rússia poderia ter influenciado as eleições norte-americanas, John McCain chamou Vladimir Putin de “assassino” e “bandido” repetidas vezes.

Sobre a alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 8 de novembro do ano passado, que resultaram na vitória de Donald Trump, John McCain disse: “Eu não vi nenhuma prova de que eles tiveram sucesso, mas eles tentaram e ainda estão a tentar influenciar eleições”.

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“Eles tentaram influenciar o resultado das eleições francesas”, acrescentou. “Por isso eu olho para Vladimir Putin — que desintegrou a Ucrânia, uma nação soberana, que está a pressionar os bálticos — e para os russos como o maior desafio que temos de longe.”

Até onde chega a mão de Vladimir Putin?

Para John McCain, os EUA devem agir com novas sanções contra a Rússia. “Não fizemos nada desde as eleições de novembro para responder à tentativa de Vladimir Putin para influenciar as nossas eleições. Por isso, bem jogado, Vladimir! Ainda não reagimos de maneira nenhuma”, lamentou John McCain, que é uma das vozes mais críticas de Donald Trump dentro do Partido Republicano.

O senador do Arizona disse ainda que, em matérias de segurança nacional, fica “nervoso de vez em quando” em relação ao Presidente dos EUA. “Eu acredito que o Presidente tem uma grande confiança na equipa de segurança nacional. E acredito que a maior parte das vezes ele aceita o seus conselhos e a sua orientação. Mas posso dizer que ele fá-lo a toda a hora? Não. E isso incomoda-me? Sim, incomoda.