A 29.ª cimeira Portugal/Espanha decorre esta segunda e terça-feira em Vila Real e é dedicada à cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente, arrancando com uma viagem de barco no Douro.

Os trabalhos oficiais começam esta manhã, com as duas delegações a partirem de Vega Terrón, em Espanha, para descer o Douro de barco ao mesmo tempo que, a bordo, têm início as reuniões setoriais entre os vários ministros dos executivos de Portugal e de Espanha.

Ainda no Douro, haverá um almoço oficial da 29.ª cimeira ibérica, chegando as comitivas pelas 16h00 ao porto da Sra. da Ribeira. De noite, haverá um jantar reservado, em Vila Real, para finalizar o primeiro dia de trabalhos.

Na terça-feira, as delegações reúnem-se no palácio de Amarante de Vila Real, começando o dia com um encontro empresarial e intervenções dos chefes dos governos de Portugal e Espanha, respetivamente António Costa e Mariano Rajoy. Neste dia decorrerão também cerimónias militares na Praça do Município e nas quais estarão presentes os três ramos das Forças Armadas.

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Depois, as comitivas partem para a Casa de Mateus, onde decorrerá a reunião plenária dos governantes, estando agendada para o final da manhã a conferência de imprensa final dos trabalhos e o fecho da 29.ª cimeira ibérica.

O Brexit, um debate sobre o futuro da União Europeia (UE), com especial atenção ao reforço da União Económica e Monetária e o reforço da dimensão social da UE são temas que integrarão a agenda de dois dias dos governantes, indicaram fontes dos executivos dos dois países.

Em Vila Real, informou já a PSP, haverá “excecionais medidas de segurança” nos dias da cimeira, algumas das quais implicando “fortes constrangimentos” na circulação rodoviária.

No final da semana passada, falando nas jornadas do PS em Bragança, o primeiro-ministro e líder socialista sustentou que a cooperação transfronteiriça é essencial para o aumento do potencial de crescimento económico do país, sobretudo das regiões do interior.

“Não faltam temas para tratar com Espanha, desde a segurança à área militar, mas adotar como tema da cimeira a cooperação transfronteiriça e o desenvolvimento das regiões de fronteira é um sinal da maior importância sobre a visão do Governo em relação ao território nacional. Não é por acaso que as regiões mais pobres da Península Ibérica são precisamente aquelas que estão junto à fronteira, seja do lado de cá, seja também do lado de lá”, justificou António Costa, em jeito de antecipação da cimeira ibérica.

Já o autarca de Vila Real defendeu, em declarações à Lusa, que a cimeira vai dar notoriedade à localidade, permitindo que a cidade mostre as suas potencialidades e reforce a sua posição como “frente avançada” para o mercado luso-espanhol.

Rui Santos considerou que estes encontros “ao mais alto nível” vão “dar visibilidade” e “notoriedade” à cidade que defende que se tornou no “centro geodésico” do Norte de Portugal.

As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais realizadas entre o presidente do Governo de Espanha e o primeiro-ministro de Portugal onde se discutem questões de grande interesse para ambos os governos e projetos de cooperação entre os dois países. Esta será a primeira reunião com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.