O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que uma eventual presidência do Eurogrupo pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, não o retira do seu ministério, porque as regras obrigam a que seja um governante o presidente da entidade.

“A regra é que o presidente do Eurogrupo é ministro. Ninguém deixa de ser ministro para ser presidente do Eurogrupo”, assinalou Costa, que falava em conferência de imprensa no final da cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real.

O chefe do Governo português foi questionado sobre uma eventual candidatura portuguesa à liderança das reuniões de ministros da zona euro, e lembrou que “o ministro Centeno já disse que se a questão se puser está disponível”.

O importante, disse António Costa, é que haja no caso ibérico uma “visão coincidente” dos interesses e do futuro da zona euro.

Rajoy prefere “amigos aos desconhecidos”

O chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, foi também questionado sobre um eventual apoio de Madrid a uma candidatura portuguesa, e respondeu: “Sempre preferimos os amigos aos desconhecidos”.

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Recorde-se que, ainda em abril, António Costa declarou apoio a uma candidatura do ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, à presidência do Eurogrupo, elogiando-lhe mesmo “a visão global da Europa, a capacidade de fazer pontes entre diferentes economias, entre diferentes famílias políticas. Vem de um grande país, mas compreende os pequenos”. E foi claro na disponibilidade portuguesa para o apoiar: “Se Guindos estiver disponível, é o nosso candidato”.

Até agora Guindos ainda não foi definitivo sobre a sua indisponibilidade para se candidatar ao Eurogrupo, ainda que até agora se tenha sempre mantido como um dos nomes favoritos. O ministro das Finanças disse apenas, no final de março, que “em princípio” não era candidato. Nem por isso os governos — como o português — que o preferiam, recuaram nesse apoio.

António Costa: “Se Guindos estiver disponível, é o nosso candidato”

A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou esta terça-feira, em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente.

As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais lideradas pelo chefe do Governo de Espanha e pelo primeiro-ministro de Portugal e nas quais se discutem questões de interesse para ambos os executivos e projetos de cooperação entre os dois países.

Esta foi a primeira reunião do género com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.