Porque os projectos de carros autónomos, e não raras vezes eléctricos, ameaçam tornar-se um pouco como os cogumelos, da união de esforços entre uma desconhecida empresa italiana e uma outra americana acaba de nascer um novo projecto de veículo 100% autónomo, a que foi dado o nome de EDIT. Com uma importante nuance: ao contrário da generalidade dos projectos rivais, esta é uma proposta que o cliente poderá montar e fazer evoluir em casa, segundo os seus próprios gostos e preferências.

Desenvolvido e construído em Itália por uma empresa de nome Camal, o EDIT foi desenhado, no entanto, pela Paolo Alto, em Silicon Valley. Onde, de resto, também está a empresa proprietária e responsável pela comercialização do veículo, a OSVehicle.

Homologado para utilização nas estradas norte-americanas, o EDIT distingue-se das restantes propostas 100% autónomas pelo facto de ser um veículo profundamente modular, cujos proprietários poderão conceber e construir de acordo com os seus desejos e propósitos de utilização. Podendo depois, inclusivamente, mover ou mudar painéis, assim como ir procedendo, ao longo do tempo, a actualizações e evoluções no conceito.

O projecto, que tem na base uma plataforma modular e que é o ponto de partida para vários tipos de configuração de carroçaria, tem vindo a ser desenvolvido há mais de um ano, sendo que o objectivo é, segundo os seus criadores, “democratizar a mobilidade, ao possibilitar às empresas e startups desenharem, projectarem e construírem veículos eléctricos customizados, capazes de oferecer serviços de transporte”.

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No vídeo agora divulgado pela empresa, é possível constatar que o EDIT é composto, basicamente, por cinco componentes: a frente, a traseira, o tejadilho, as duplas portas simétricas e, naturalmente, o chassi. Sendo que, também pelo facto de os quatro primeiros componentes funcionarem como um sistema de módulos, a construção da carroçaria torna-se particularmente fácil, a partir do momento em que o cliente possui a plataforma. Até porque, seja qual for a configuração escolhida, as poucas diferenças no formato dos módulos, ajudam não só à sua conjugação, como a futuras reformulações.

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No anúncio agora feito, a empresa norte-americana só não divulga, no entanto, quais ou o tipo de motores com que este EDIT pode contar. Embora deixe a indicação de que uma solução 100% eléctrica pode ser a opção escolhida. Já se é da própria empresa ou comprada a outro fabricante automóvel, é algo que fica por esclarecer.

Por outro lado, destaque-se igualmente a possibilidade de, segundo os seus criadores, o EDIT poder vir a equipar tecnologia capaz de lhe garantir uma utilização de condução autónoma de nível 5, ou seja, sem necessidade de qualquer intervenção da parte do condutor. Embora, sublinhe-se, tenha sempre de ser o futuro proprietário a garantir a sua disponibilização. Como? Também fica por responder.

A terminar, recorde-se apenas que o EDIT é já o segundo projecto da OSVehicle, depois do mais pequeno Tabby Evo apresentado em 2015. Modelo que, aliás, foi dado a conhecer com base numa estratégia idêntica. Quanto a preços, o Tabby Evo é comercializado por 4.000 dólares, preço apenas da plataforma, pelo que o EDIT, sendo uma proposta de dimensões maiores, deverá também custar ligeiramente mais, quando chegar ao mercado. Outra pergunta que, por enquanto, ainda não tem resposta.