O chefe da ajuda humanitária da ONU acusou o Governo sírio de usar o sofrimento dos civis como “tática de guerra” ao pressionar as pessoas nas cidades atacadas a escolherem entre fome e morte ou fuga para locais inseguros.

Stephen O’Brien disse ao Conselho de Segurança da ONU na terça-feira que pelo menos dez comunidades enfrentaram esta escolha nos últimos meses, enquanto nas últimas semanas milhares de pessoas foram deslocadas de dois bairros sob ataque em Damasco e de um em Homs.

O responsável disse que o Governo da Síria está também a negar e atrasar o acesso da ONU, em particular a locais sob ataque, como “cálculo político e tática militar”. Segundo O’Brien, a ONU pediu para entregar ajuda humanitária a um milhão de pessoas em abril e maio, mas o Governo apenas aprovou ajuda para 266.750 pessoas.

No ano passado foi autorizada a entrada de 50 colunas da ONU com ajuda que atravessaram as linhas de conflito entre janeiro e maio, mas este ano apenas 18 tiveram luz verde. “Além disso, a remoção de medicamentos vitais e material médico, como kits cirúrgicos, kits de obstetrícia e kits de emergência, continuou sem interrupção, com quase 100 mil instrumentos médicos recusados ou removidos dos veículos desde o início do ano”, afirmou O’Brien.

A guerra na Síria já terá provocado mais de 320 mil mortos e milhões de refugiados desde 2011.

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