Dois ativistas chineses que estavam a investigar eventuais infrações do código de trabalho na fábrica onde são produzidos os sapatos da marca de Ivanka Trump, filha do atual presidente dos Estados Unidos, estão desaparecidos, conta a Bloomberg. Um terceiro ativista foi detido, informou um grupo de ativistas pela defesa dos trabalhadores, o China Labor Watch.

Hua Haifeng, Li Zhao e Su Heng estavam a trabalhar infiltrados na fábrica e estão incontactáveis desde o fim de semana. De acordo com o que a mulher de Hua Haifeng disse a um dos responsáveis do grupo de ativistas, o marido foi detido pela polícia por espionagem ilegal. Foi a primeira vez, em 17 anos, que um ativista foi detido pelas autoridades.

A fárica de Huajian, onde os três homens estavam a trabalhar é uma das 15 fábricas que produzem produtos para as marcas fundadas por Ivanka Trump e que têm estado debaixo dos olhares do China Labor Watch. Em abril, o grupo já tinha enviado uma carta à filha de Donald Trump denunciando algumas ilegalidades em duas das fábricas que abastecem a marca de Ivanka.

Os responsáveis pela fábrica não quiseram comentar a notícia nem os porta-vozes de Ivanka ou o gabinete de imprensa da Casa Branca.

A filha mais velha do presidente norte-americano tem um escritório na Ala Oeste da Casa Branca e, embora não seja oficialmente nenhuma funcionária do Governo, tem acesso a informações confidenciais. A informação foi confirmada na segunda-feira por Jamie Gorelick, advogado e assessor de Trump, que fez questão de reforçar que Ivanka pretende seguir todas as normas de ética que se aplicam também aos restantes funcionários.

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