O Fundo Monetário Internacional (FMI) pretende negociar com Moçambique um programa estrutural e de longo prazo, disse esta quarta-feira o representante da instituição em Maputo.

“Se conseguirmos chegar a um acordo com Moçambique, e tenho otimismo em como vamos conseguir chegar a esse acordo, estamos realmente pensando num programa que seja mais estrutural” do que de apoio pontual, referiu esta quarta-feira Ari Aisen numa conferência sobre perspetivas económicas. O FMI entende que o problema do país não é “um problema transitório de balanço de pagamento” que se resolva com um auxílio pontual do FMI, como acontece noutros Estados.

Na nossa visão e diagnóstico, Moçambique precisaria de um programa de mais longo prazo e que realmente tivesse um foco bastante relevante sobre temas estruturais, principalmente aqueles que tocam as finanças públicas”, referiu.

O reordenamento das finanças públicas, o seu redesenho com outro tipo de administração, bem como a temática da gestão da divida são “dossiers essenciais que precisam de ser colocados na mesa” e onde são necessárias reformas.

O FMI e doadores internacionais congelaram os apoios ao orçamento de Estado em 2016 depois de reveladas dívidas ocultas de 2,2 mil milhões de dólares contraídas entre 2013 e 2014 por três empresas estatais junto de bancos estrangeiros com garantias do Governo que não foram aprovadas no parlamento nem inscritas nas contas públicas.

Todos condicionaram a retoma de programas de apoio à realização de uma auditoria às dívidas cujo relatório foi entregue a 12 de maio à Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique, mas que ainda não foi divulgado. “Vamos aguardar”, concluiu Ari Aisen.

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