Um peixe “sem cara” que não era avistado há mais de um século foi redescoberto por investigadores que rastreavam um abismo no fundo do mar na costa leste da Austrália. Para além do peixe, encontraram uma quantidade “impressionante” de… lixo.

Segundo o investigador Tim O’Hara, líder da expedição e um dos responsáveis pelo departamento de Invertebrados Marinhos do Museu Victoria, o peixe terá sido visto uma última vez em águas australianas em 1893, quando foi arrastado até à superfície por um navio britânico. Com 40 centímetros, este animal “sem cara” foi agora redescoberto quatro mil metros abaixo do nível do mar, no sul de Sidney, por investigadores do Museu Victoria e membros da Organização para a Investigação Industrial e Científica da Commonwealth da Austrália (CSIRO).

O peixe é fantástico porque a boca está situada na parte de baixo do seu corpo o que faz com que não consigamos ver olhos, nariz,boca ou guelras”, explicou O’Hara, esta quarta-feira, ao The Guardian.

Amostras de alguns animais e sedimentos estão a ser recolhidas todos os dias do fundo do abismo pela embarcação da CSIRO – com 27 cientistas, 13 técnicos e 20 membros da tripulação. “Os técnicos dizem-me que um terço dos espécimes são totalmente novos para a ciência. Nem todos são tão espetaculares como o peixe “sem cara”, mas há vermes, caranguejos, pulgas do mar e muitas outras coisas totalmente novas”, conta O’Hara.

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Igualmente “impressionante” foi a quantidade de lixo que os investigadores descobriram, conta O’Hara. “Vimos tubos, arrastamos latas de tinta. Incrível como estamos no meio do nada e mesmo assim a zona tem anos e anos de lixo”.

A viagem da embarcação, que começou no dia 15 de maio, fica concluída no dia 16 de junho.