“Saiam daqui se não gostam de discurso livre”. Foi assim que Jeremy Christian entrou na sala do tribunal em Portland, cidade do estado americano de Oregon, esta terça-feira. O norte-americano de 35 anos é acusado de dois crimes de homicídio agravado por esfaquear até à morte dois homens que defenderam uma rapariga muçulmana das provocações de Christian num comboio urbano, na sexta-feira passada. É também acusado de tentativa de homicídio, intimidação e posse ilegal de arma.

Dois polícias escoltaram Christian o tempo todo. O atacante não disse mais nada, para além de gritar palavras de ordem.

Discurso livre ou morram, Portland! Não há sítio seguro. Isto é a América, saiam daqui se não gostam de discurso livre. (…) Morte aos inimigos da América! Deixem este país se odeiam a nossa liberdade.”

“Isso é o que o liberalismo vos dá”

“Espero que todos os que esfaqueei no pescoço tenham morrido”, pode ouvir-se nas gravações dos veículos da polícia norte-americana, a que a CNN teve acesso. Quando foi detido após o ataque confessou no carro que ia admitir tudo em tribunal: “Esfaqueei os dois no pescoço e estou feliz agora. Acham que esfaqueio gente no pescoço por diversão? Podem crer que sim, sou um patriota! Isso é o que o liberalismo vos dá“.

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A assistir na primeira fila esta terça-feira estava Micah Fletcher, o único sobrevivente do ataque de sexta-feira, que recentemente recebeu alta hospitalar.

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A próxima apresentação de Christian em tribunal será a 7 de junho. Um júri a nível estadual irá decidir nos próximos dias o agravamento dos crimes de que é acusado. As autoridades federais ainda estão a decidir se o vão acusar de crimes de ódio.