A participação da Galp na exploração e produção de gás natural em Moçambique é encarada como “um desafio” pelo presidente da comissão executiva da empresa, que hoje rubricou o arranque de um novo projeto em Maputo. “Esta é uma primeira fase, quase como um aperitivo para o desenvolvimento de Moçambique, que está a dar os seus primeiros passos” no setor, referiu Carlos Gomes da Silva no lançamento do empreendimento Coral Sul.

“O projeto que se lhe sucedera e que se vai desenvolver nas próximas duas décadas é um projeto que terá cerca de 20 a 25 vezes esta dimensão”, referiu, numa alusão ao campo Mamba, também na Área 4 da Bacia do Rovuma. “É um grande desafio que temos aqui em Moçambique e que também ajudará a transformar a Galp”, elevando-a para “um outro nível”, sublinhou Carlos Gomes da Silva.

Aquele responsável falava no final de uma cerimónia em Maputo em que foram assinados os contratos que formalizam a decisão final de investimento do consórcio liderado pela Eni que inclui a Galp, a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC), a sul-coreana Korea Gas (Kogas) e a moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, todas representadas no evento. Este consórcio vai investir 8 mil milhões de dólares no projeto Coral Sul para extrair gás natural que se encontra debaixo do mar, para uma plataforma flutuante que o vai transformar em líquido e exportá-lo em navios.

Hoje começou a contagem decrescente: o primeiro carregamento de gás natural liquefeito está previsto para daqui a cinco anos e a BP vai comprar toda a produção durante 20 anos. Na área de negócio da exploração e produção, o projeto em Moçambique “é um dos dois ativos mais importantes que a Galp”, sendo o outro no Brasil, referiu.

O projeto Coral Sul vai dar “complementaridade” e acompanhar a “transformação” do paradigma energético no mundo com a crescimento do gás natural, referiu. A Eni East Africa (EEA) detém uma participação de 70% na Área 4, enquanto a Galp, a ENH e a Kogas detêm 10% cada.

Uma vez concluída uma transação já acordada entre a EEA e a Exxon Mobil, os interesses participativos a Eni e a Exxon Mobil devem ficar com 25% cada, cabendo 20% à CNPC, enquanto a Galp, a ENH e a Kogas continuarão a deter 10% cada. A norte-americana Anadarko Petroleum também planeia um investimento significativo na Bacia do Rovuma com um projeto orçamentado em 15 mil milhões de dólares, mas cuja decisão final de investimento ainda não foi anunciada.

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