O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, Pedro Veiga, disse esta sexta-feira à Lusa que Portugal “garante um nível de proteção elevado” face à exposição tecnológica crescente mas alertou que “não há sistemas 100% seguros, em nenhuma área”.

“Há um nível elevado de cibersegurança [em Portugal], mas é uma área em que há muito a fazer. Devido à grande evolução tecnológica e rapidez de penetração de novas tecnologias precisamos de ter uma atualização permanente”, afirmou Pedro Veiga.

O responsável, que falava à Lusa à margem de um seminário sobre cibersegurança e cibercrime, organizado pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo, referiu que, comparativamente a outros países, “Portugal tem vindo a tomar iniciativas de capacitação”, apontando como exemplo a ação recentemente lançada pelo Governo sobre competências digitais.

Apesar de lembrar que os recursos financeiros destinados a esta área “são limitados”, Pedro veiga destacou a sensibilização que está a ser feita junto das instituições “para alocarem uma parte importante dos recursos financeiros para a cibersegurança”.

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Como exemplo desse investimento apontou o Ministério da Justiça que considerou “estar extremamente bem preparado e preocupado com estas problemáticas”.

Pedro Veiga realçou ainda o caso do Ministério da Saúde que, segundo considerou, teve “um comportamento fantástico” relativamente ao ciberataque que se iniciou no dia 12 de maio.

No Reino Unido, que é um país que estamos habituados a usar como referência mais avançada, houve perturbações extremamente graves, o que não se verificou em Portugal”, reforçou.

O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança concluiu que, em Portugal, existe “um nível de preparação bom” mas advertiu que “a área da segurança é uma área onde nunca estamos 100% seguros e há sempre que fazer mais”, porque “a modernização tecnológica da sociedade aumenta a exposição de todas as organizações”.

“Se não tivéssemos Governo eletrónico, se não tivéssemos a utilização de tecnologias não estávamos expostos. A boa notícia é que quando estas tecnologias são implementadas há uma preocupação de segurança e isso garante um nível de proteção elevado”, disse.

Para Pedro Veiga, a “crescente penetração da tecnologia na sociedade tem sido acompanhada pela introdução, também, de medidas de segurança”, considerando “que, globalmente, a sociedade está preparada para os novos desafios”.

“Nós temos vindo a ter uma grande preocupação em alertar toda a sociedade para os problemas de cibersegurança”, adiantou.