O Presidente da Guiné-Bissau pediu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) mais tempo para encontrar uma solução para o impasse político que o país vive e para ser privilegiada a mediação interna.

No discurso proferido domingo na 51.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, e a que agência Lusa teve acesso esta segunda-feira, José Mário Vaz pede “mais uma vez” o apoio da organização para “conceder mais tempo para encontrar uma solução para a saída da crise”.

Apesar de toda a dedicação do atual mediador da crise (o Presidente da Guiné-Conacri), que deu o melhor de si para a saída desta situação na Guiné-Bissau, gostaria de pedir ao mesmo, assim como aos outros chefes de Estado aqui presentes, para privilegiarem a mediação interna”.

Antes de pedir mais tempo à CEDEAO, José Mário Vaz falou da manifestação realizada no final de maio em Bissau, que culminou com confrontos entre manifestantes e polícia, tendo provocado dezenas de feridos, entre os quais sete elementos das forças de segurança.

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No discurso, o Presidente referiu que a manifestação foi “orquestrada por alguns partidos da oposição” com o objetivo de “provocar mortos” antes da cimeira da CEDEAO e suscitarem a “emoção e condenação da comunidade internacional, para assim obterem ganhos políticos”.

A CEDEAO anunciou esta segunda-feira, em comunicado, que decidiu prolongar por mais três meses a presença da força militar da organização, Ecomib, na Guiné-Bissau. A decisão foi tomada domingo durante a 51.ª cimeira dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.

A Ecomib foi enviada para a Guiné-Bissau para garantir a segurança dos titulares dos órgãos de soberania, na sequência do último golpe militar ocorrido no país lusófono, em abril de 2012. Em abril, após uma missão de avaliação ao terreno, a CEDEAO tinha reiterado junto das autoridades guineenses a decisão de a força abandonar o país o mais tardar até 30 de junho.