A empresa brasileira JBS, uma das maiores produtoras de proteína animal do mundo, anunciou esta terça-feira que vendeu as suas operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para a empresa Minerva.

Em comunicado dirigido aos investidores, a JBS destacou que o negócio foi fechado num valor total de 300 milhões de dólares (266,1 milhões de euros), mas o preço está sujeito a um ajuste em valor equivalente à diferença entre o capital circulante líquido e o endividamento de longo prazo das sociedades na data em que o negócio for assinado.

A empresa informou que o acordo foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração da JBS e depende agora de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Económica), órgão subordinado ao Governo do Brasil. A JBS destacou ainda que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir o endividamento da empresa.

A JBS pertence à holding J&F, que recentemente ganhou os noticiários policiais no Brasil após os proprietários, Joesley Batista e Wesley Batista, assinarem um acordo de colaboração com a Justiça para denunciar esquemas de corrupção.

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O grupo está no centro da atual crise política que atinge o Presidente Michel Temer, que teve uma conversa comprometedora com Joesley Batista gravada e entregue às autoridades policiais. Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente brasileiro terá recomendado ao empresário “manter” o pagamento de uma verba regular ao ex-deputado brasileiro Eduardo Cunha, que foi já condenado por vários crimes de corrupção.

É esta a conversa que pode comprometer Michel Temer

Michel Temer também terá ouvido sem repreender ou denunciar as autoridades policiais o dirigente da JBS relatar-lhe outros crimes. O caso gerou a abertura de um inquérito contra o chefe de Estado, no passado dia 18, no Supremo Tribunal Federal (STF).