A infanta Leonor, a filha mais velha do rei de Espanha, fez capa da revista espanhola Tiempo. A acompanhar a fotografia da futura rainha está uma legenda sobre o seu perfil: “Lê Stevenson e Carroll, gosta de filmes de Kurosawa, é fluente em inglês e tem uma cadela chamada Sara”. Foram precisamente os gostos culturais incomuns que originaram uma onda de críticas e piadas, ridicularizando a infanta, com muitos internautas a usarem as redes sociais para troçar da ainda pequena Leonor — a infanta completa 12 anos em 2017.

A preferência pelos filmes japoneses de Kurosawa, tido como um dos cineastas mais influentes daquele país, foi considerada por alguns internautas como um produto de manipulação, explica o espanhol El Confidencial. No entanto, uma visita rápida à rede social Twitter mostra agora mais comentários a defender a infanta do que propriamente a ridicularizá-la — foram muitos os que, ao fim de alguns dias de polémica, acabaram por se colocar ao lado de Leonor, argumentado que quem troça de uma criança por ser culta apenas mostra ignorância.

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Foi precisamente o que fez Adriana Martín que, através da sua conta de Twitter teceu comentários a favor da infanta e contra aqueles que de alguma forma diminuíram os seus gostos culturais. Os tweets de Martín foram tão populares que de um dia para o outro a doutorada em Física passou de 2.600 seguidores para 7.000, tal como conta o jornal El Español. A também fotógrafa defendeu Leonor, embora salientando que estaria longe de defender a monarquia ou a família real.

Ao El Español Adrian Martín chegou a dizer que, para ela, a “monarquia é um sistema não se concilia com a democracia” mas que ser-se republicano “não dá o direito a insultar sobretudo quando se trata de algo que não justifica insultos“.