O FBI está a ajudar o Governo qatari no suposto caso de pirataria informática que terá estado na origem das notícias — divulgadas através da agência de notícias do Qatar — que desencadearam a crise entre os países do Golfo Pérsico. A conclusão tirada, para já, implica a Rússia, com os investigadores americanos em Doha a indicarem que as notícias podem ter sido plantadas por piratas informáticos russos.

A notícia esta a ser avançada pela CNN que dá conta de informações colhidas pelo FBI sobre a ação da Rússia na divulgação de informações falsas, nomeadamente declarações do emir do Qatar a propósito do Irão, da administração de Donald Trump e ainda sobre Israel (elogiando o Hamas). Entre os países vizinhos do Qatar as declarações divulgadas pela agência de notícias do país foram entendidas como apoio ao terrorismo e agitadoras da estabilidade no Golfo, ainda que o Governo qatari tenha desmentido tudo o que foi citado pela agência, atribuindo a informação a fake news.

Como consequência da desconfiança gerada, os Emirados Árabes Unidos, o Barhein, o Egito e a Arábia Saudita anunciaram o corte de relações diplomáticas com o Qatar. Agora, os Estados Unidos da América entram em cena para apontar aos russos, que suspeitam de ter estado na origem de um ato de pirataria informática que divulgou declarações falsas, dando razão à primeira justificação do Governo qatari.

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As informações sobre a investigação do FBI vão ser divulgadas em breve, de acordo com a CNN, que cita um responsável da agência sobre a a inevitabilidade de o Governo russo estar por trás de tudo: “Não acontece muita coisa naquela país sem a bênção do Governo”. Oficialmente, o FBI e a CIA mantêm o silêncio sobre o assunto, no entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar confirmou à CNN a informação . O Sheikh Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani disse à estação que “toda a crise está a ser baseada em informações erradas”: “Tudo começou baseado em notícias fabricadas que foram inseridas na nossa agência nacional de notícias, que foi pirateada” e isso foi “confirmado pelo FBI”.

As autoridades americanas têm investigado, nos últimos tempos, a divulgação de notícias falsas que suspeitam poderem ter na origem interesses polítics, afetando não só os EUA, mas também países como França e Alemanha (em momentos eleitorais sensíveis). A suspeita principal recai sobre o velho inimigo norte-americano, a Rússia. No texto da notícia sobre a mais recente suspeita do FBI — agora sobre a crise no Golfo Pérsico — é feita referência à existência de uma das maiores bases militares dos EUA naquela região, o que justificaria o interesse russo em fragilizar a situação política entre aqueles países.

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