A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que o Brasil vai crescer 0,7% este ano e 1,6% em 2018, uma recuperação que os analistas da organização consideram “lenta e frágil”.

“A economia está finalmente a sair de uma severa e prolongada recessão, mas a recuperação deverá ser lenta e frágil”, dizem os peritos da OCDE no relatório sobre as Perspetivas Económicas, divulgado esta quarta-feira em Paris.

“A confiança dos consumidores e dos empresários está a subir e as exportações agrícolas começaram este ano em bom ritmo”, acrescenta o relatório, que nota, no entanto, que “o desemprego só deve descer no final deste ano, e apenas gradualmente”.

Na análise à economia brasileira, a OCDE considera que a taxa de juro principal deverá descer do atual nível de 10,25% para 8,25% no final do próximo ano, e a inflação, que “desceu significativamente, em parte devido a um abrandamento do consumo, deverá fechar o ano abaixo da meta de 4,5%”.

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A descida da inflação, sublinham, vai permitir uma suavização da política monetária, o que favorece uma recuperação mais rápida do investimento, a que se deve aliar uma política orçamental neutra.

O Governo deve “equilibrar a necessidade de garantir uma sustentabilidade orçamental a médio prazo com a necessidade de apoiar uma recuperação ainda frágil”, lê-se no documento divulgado em Paris.

Segundo a OCDE, “implementar a reforma do sistema de pensões é crucial para garantir a sustentabilidade das finanças públicas, cumprindo a regra recentemente aprovada sobre a despesa”, que fica limitada ao aumento da inflação.

Recuperando uma crítica recorrente, a OCDE diz que “o Brasil continua bastante fechado, o que dificulta a concorrência” e emperra a competitividade e o crescimento económico”.

O país precisa, concluem, de “reformas políticas internas, incluindo uma abrangente reforma fiscal, menos pesos administrativos e mais investimentos em infraestruturas, que potenciariam o crescimento a ajudariam ao ajustamento para uma economia mais aberta”.