Se há coisa importante no desporto é deixar uma primeira boa impressão. Na assinatura de contrato, nos treinos de arranque da época, nos jogos de abertura. Diz-se que a última imagem é a que fica, mas a inicial pode pautar o resto. Quer um exemplo? Um atleta que chegue com peso a mais das férias fica na “prateleira” dos adeptos até começar a brilhar em campo. Mas há exemplos e exemplos de profissionalismo. Shareece Wright é “o” exemplo.

O jogador de futebol americano de 30 anos, que passou por San Diego Chargers, San Francisco 49ers e Baltimore Ravens antes de assinar, no mês passado, com os Bills, estava em Chicago e perdeu o voo para Buffalo, onde iria participar nos habituais treinos de pré-temporada da equipa. Domingo à noite, treino segunda-feira de manhã, problema à vista. Ou não – nada que uma carteira mais ou menos recheada não resolva.

Vai daí, Shareece chamou um Uber. Imagina uma viagem Lisboa-Madrid? Aumente mais uns 250 quilómetros e é mais ou menos isso, a distância entre Chicago e Buffalo, com passagem por Toledo e Cleveland, por exemplo. 550 milhas, o equivalente a 885 quilómetros, feitos em oito horas durante a madrugada e que custaram um total de 827 euros, entre o valor da viagem e a generosa gorjeta pelo ‘desenrasque’ de última hora (266 euros).

Aspeto curioso: o treino, como tantos outros nesta fase da temporada, não era obrigatório mas, tratando-se de uma nova equipa, Shareece achou por bem comparecer para começar a perceber as movimentações defensivas da equipa. E, verdade seja dito, mesmo sendo um salário “baixo” para o que se costuma praticar, este próximo ano nos Buffalo Bills renderá uma verba acima dos 650 mil euros. Para causar boa impressão, até saiu barato.

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