Em Pedras d’El Rei, na praia algarvia do Barril, Tavira, dezenas de âncoras vão sucumbindo à ferrugem provocada pela brisa marinha. Foram em tempos ferramentas essenciais para a pesca do atum e da sardinha na costa portuguesa, que prendiam as gigantescas redes que prendiam os peixes.

Foi graças a estas âncoras que a indústria das conservas em Portugal se desenvolveram, mas tudo mudou ainda antes dos anos sessenta: primeiro foram as âncoras das armações de sardinha que começaram a desaparecer e a ser deixadas nas dunas. A seguir, vieram as de atum, cuja armação ficava no Cabo de Santa Maria, mas que deixou de as recolher em 1968. Tudo porque a atividade piscatória estava a ficar demasiado cara, já que os barcos tinham de se afastar cada vez mais da costa à medida que o peixe ia escasseando junto à praia.

Desde então que as âncoras foram enferrujando na Praia do Barril, mas também na Ponta da Galé, em Setúbal, no Cabo Carvoeiro, no Cabo de São Vicente e na praia da Arrifana.

É um dos cemitérios das coisas feitas por humanos para nos ajudar no quotidiano, mas que acabam por ser abandonadas. Há muitos outros espalhados pelo mundo. Conheça 15 na fotogaleria.

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