O automóvel, enquanto negócio, é sempre algo muito querido mesmo daqueles que não integram o leque dos operadores tradicionais do sector. Mas nem sempre as intenções conseguem passar disso mesmo, sobretudo quando os novos aspirantes realizam que nem tudo é o que parece neste actividade… De algum modo, tem sido assim com a Apple. A dado momento, a tecnológica californiana até parecia ter por objectivo lançar o seu próprio automóvel – com sistema de condução autónoma, naturalmente. Entretanto, pouco mais se ouviu falar desse célebre projecto “Titan”, de um suposto automóvel totalmente concebido pela marca de Cupertino, mas não faltou quem apostasse que esta dificilmente estaria disposta a desistir de tirar o seu quinhão de tão apetecido filão.

A confirmação disso mesmo surgiu há algumas semanas atrás, quando se tornou público que a Apple tinha solicitado às (e recebido das) autoridades norte-americanas autorização para efectuar testes de condução autónoma na via pública, no caso com várias unidades do RX 450h, o conhecido SUV híbrido da Lexus. No seu pedido, a empresa referia estar a investir massivamente no estudo da auto-aprendizagem e da automação, e muito entusiasmada com o potencial dos sistemas de automação em diversas áreas, mormente no sector dos transportes.

Dúvidas ainda subsistissem, ficaram desfeitas com a entrevista agora concedida por Tim Cook, CEO da Apple, à Bloomberg. Em que afirma que os engenheiros das empresas estão, oficialmente, a explorar e a desenvolver tecnologia destinada aos automóveis autónomos do futuro.

É uma tecnologia nuclear, que consideramos bastante importante. É a mãe de todos os projectos de inteligência artificial e, provavelmente, um dos mais difíceis projectos de inteligência artificial a desenvolver”, disse.

Só não esclareceu quando poderão estar disponíveis estas novas soluções para uma utilização no mundo real, e nem sequer descartou por completo a possibilidade de a empresa vir a produzir o seu próprio automóvel.

Obviamente que a Apple não é a única empresa do seu sector a apostar na área automóvel, em geral, e na condução totalmente autónoma, em particular. A Waymo, uma subsidiária da Google, também já anda em testes nas estradas do Arizona com as versões autónomas por si desenvolvidas do Chrysler Pacifica, o mesmo acontecendo com a Uber, mas na Califórnia, e tendo por “cobaia” os Volvo XC90 também autónomos. Nada de muito estranho se se tiver em linha de conta que alguns analistas apontam para que a indústria automóvel possa valer, em 2030, qualquer coisa como 6 biliões de euros.

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