O primeiro-ministro colocou Buenos Aires na lista de possíveis cidades para as comemorações do Dia de Portugal, num discurso em que elogiou a vitalidade das mais de duas dezenas de associações portuguesas existentes na Argentina.

António Costa falava no início de um jantar com a comunidade portuguesa da Argentina, no Clube Português, que está situado num edifício de grandes dimensões do bairro de Caballito de Buenos Aires.

Antes, o presidente da Casa de Portugal de Buenos Aires, Joaquim Coelho Campina, tinha já desafiado o primeiro-ministro e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a estarem presentes em 2018, quando esta instituição, com mais de 2.500 associados, comemorar o seu centenário.

Antes do jantar que juntou cerca de três centenas de portugueses e luso-descendentes — no qual também estiveram os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral –, António Costa descerrou uma lápide alusiva à sua presença na instituição e assistiu a um curto espetáculo de tango.

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Num discurso com uma forte carga emotiva, o presidente da Casa de Portugal de Buenos Aires dirigiu-se a António Costa para lhe transmitir uma mensagem: “Gostaria que soubesse que Portugal na Argentina nunca vai morrer. Por todo este país construímos casas portuguesas”. De acordo com os dados oficiais, o número de portugueses e lusodescendentes registados nos serviços consulares ultrapassa os 30 mil, mas estima-se que existam mais cerca dez mil sem registo.

A seguir, o embaixador de Portugal na Argentina, Henrique Silveira Borges, deu sequência ao sentimento antes manifestado pelos representantes da comunidade lusa, dizendo que a visita de António Costa constituiu para eles “um forte estímulo”.

“Há muitos anos que não havia uma visita oficial de um primeiro-ministro à Argentina. A sua passagem por aqui é muito importante”, declarou Henrique Silveira Botelho.

Foi neste contexto que o primeiro-ministro colocou depois Buenos Aires na lista de possíveis comemorações do Dia de Portugal, começando por referir que, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se inaugurou no ano passado a prática de se celebrar uma parte do 10 de Junho fora do país.

“No ano passado foi Paris, este ano foi no Brasil (em São Paulo e Rio de Janeiro) e em 2018 será nos Estados Unidos. Certamente que um dia o primeiro-ministro e o Presidente da República vão celebrar o Dia de Portugal com as comunidades portuguesas da Argentina. Esta é a terceira maior comunidade portuguesa da América Latina”, salientou o líder do executivo.

No seu discurso, o primeiro-ministro recebeu aplausos quando se referiu às recentes alterações à lei da nacionalidade, dizendo: “Queremos que os vossos filhos e netos mantenham os laços com Portugal”.

António Costa falou ainda da proposta do seu Governo para o recenseamento automático, tendo em vista reforçar a participação de emigrantes em eleições legislativas, mas também a decisão do Governo argentino de introduzir a aprendizagem do português nos ensinos Básico e Secundário.