Um grupo de agências de notícias de 10 países (integrando a Lusa) juntou-se num projeto de investigação jornalística sobre o contrabando de migrantes, na sequência da crise de refugiados que varre a Europa e o Mundo.

Esta iniciativa jornalística, intitulada Global Spotlight, realizada sob os auspícios da associação de agências de notícias Minds, expõe a existência e o funcionamento de redes criminosas que procuram famílias vulneráveis desalojadas de suas casas em consequência da guerra, perseguição e pobreza.

O resultado desta larga investigação jornalística é divulgado esta terça-feira pela Lusa (em português) e pela Minds (num site em inglês).

O Global Spotlight é o resultado de cerca de seis meses de trabalho de jornalistas de agências noticiosas de todos o mundo, procurando fazer uma análise aprofundada das causas do contrabando de migrantes, dos padrões de viagem e do impacto social nos ‘hotspots’ de tráfico de pessoas, através de reportagens em diferentes plataformas mediáticas (texto, fotos e vídeos).

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Um pouco por todo o mundo, repórteres cobriram a história onde os problemas ocorrem, face a face com contrabandistas, bandos criminosos e vítimas, para procurar entender o ‘modus operandi’ e a escala de uma indústria obscura cada vez maior.

Os jornalistas envolvidos nesta operação mergulharam profundamente nas comunidades com cicatrizes nas zonas de guerra do Médio Oriente, do Saara do Sul, na Europa e no Mediterrâneo, da América do sul ao México e aos EUA, e através das águas traiçoeiras em todo o Sudeste Asiático.

Este projeto envolveu dezenas de jornalistas de algumas das organizações de notícias mais confiáveis do mundo: Agence France-Presse (França), Australian Associated Press (Austrália), Deutsche Presse-Agentur (Alemanha), Agencia EFE (Espanha), Agenzia ANSA (Itália), Presse Agentur (Áustria), Agência de Notícias CTK (República Checa), Schweizerische Depeschenagentur (Suíça), Suomen Tietotoimisto (Finlândia) e a agência Lusa (Portugal).

Ao longo do dia de hoje, a Lusa distribui aos seus clientes peças em português resultantes desta larga operação jornalística, cujo site (com todos os conteúdos jornalísticos, em inglês) está aberto para consulta.

“Não se trata de uma operação de construção de marca. Trata-se de notícias que jornalistas produziram globalmente”, refere o diretor executivo da Minds, Wolfgang Nedomansky, salientando a relevância mediática do tema dos refugiados.

Para o diretor de Informação da Lusa, Pedro Camacho, este projeto ilustra bem o esforço de rede informativa que hoje é necessário para compreender os fenómenos globais: “E a Lusa, como a grande agência da lusofonia, quis dar o seu contributo para essa compreensão”.

Esta iniciativa Global Spotlight foi lançada no 10.º aniversário da Minds e é o primeiro de vários projetos de investigação jornalística planeados para os próximos anos.

“A Minds é uma associação excecionalmente forte. Todos os nossos membros, principais agências de notícias, ocupam posições-chave nos seus mercados”, explica Nedomansky.

A Minds é uma associação que integra 22 agências de notícias de todo o mundo, incluindo a Lusa.