A história
Certa noite, Vasco Pádua estava a jantar pão e queijo pela terceira vez nessa semana com a namorada. A conversa que acompanhava o já habitual menu andava em torno de novos desafios profissionais — há algum tempo que Vasco, de 27 anos, tinha vontade de abrir um negócio próprio. O quê, exatamente, não sabia, até que a namorada — de pão e queijo na mão — lhe deu a ideia: porque não abrir um restaurante onde todos os pratos tivessem queijo?
Para levar a ideia avante, Vasco começou a ler todos os livros que encontrou sobre queijo — os mesmos que hoje estão expostos no balcão, não vá alguém fazer-lhe uma pergunta à qual ele não saiba responder de imediato. Sem qualquer formação em restauração — o seu último trabalho foi na área do cliente da CUF –, o jovem empreendedor colocou uma oferta de trabalho no OLX para conseguir encontrar um chef à altura. Afonso Matos, com formação na Escola de Hotelaria do Estoril, foi o primeiro e o único entrevistado. Assim haveria de nascer o restaurante Dom Queijo Cheese House, em Lisboa.
O que interessa saber
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Nome: Dom Queijo Cheese House
Abriu em: abril de 2017
Onde fica: Campo Grande, Loja 232-C, Lisboa
O que é: é um restaurante onde todos os pratos têm queijo na sua conceção
Quem manda: Vasco Pádua
Quanto custa: o menu de degustação custa 22,50€
Uma dica: aconselham-se reservas
Contacto: 96 4960 963
Horário: de terça a sábado, das 16h às 23h
Links importantes: https://www.facebook.com/domqueijocheesehouse/
O espaço
O restaurante está situado na zona dos Jardins do Campo Grande, sendo que o espaço foi o primeiro que Vasco viu. Foi uma espécie de amor à primeira vista que o fez optar por esta antiga hamburgueria, que esteve um mês em trabalho de remodelações — a decoração pode não ter mudado muito, mas mudou o suficiente. O espaço é pequeno, com 14 lugares sentados no interior e outros seis no exterior, na esplanada. Uma das paredes é corrida a tábuas de madeira e do teto “caem” candeeiros. A cozinha está à vista e ao alcance de quem se senta nas mesas para petiscar a meio da tarde ou para jantar (não são servidos almoços), bem como a vitrine recheada de queijos.
A comida
Ao contrário do que se possa pensar, no Dom Queijo não cheira a queijo assim que se entra, ainda que este esteja em destaque na larga montra: a vitrine deixa observar as diferentes características dos mais de 20 queijos — desde italianos a suíços, franceses e, claro, portugueses — que vão rodando nas prateleiras de tempos a tempos e que, além de consumidos no local, podem ser levados em formato take away. A ementa foi feita em conjunto: Vasco e Afonso parecem completar-se um ao outro e, enquanto o gerente fica responsável de fazer algumas das entradas, a Afonso compete trazer o queijo para todos os pratos de uma forma equilibrada.
A dupla garante que até quem não gosta particularmente de queijo vai gostar da ementa disponível. E por falar em ementa, a mesma roda semanalmente, sendo sempre composta por dois petiscos e dois pratos principais — há, inclusive, um menu de degustação por 22,50€ (duas entradas, um petisco, um prato principal e cheesecake para sobremesa). Entre os pratos rotativos estão propostas como carré de borrego com alligot de batata doce e reblochon, legumes salteados, pickle caseiro de beterraba e molho de moscatel, e lombo de salmão, acompanhado de legumes baby salteados e molho de chévre e uva branca (ambos 17€). Nas sobremesas há cheesecake descontruído (com macerado de morangos e manjericão e crumble de frutos secos torrados) e creme de mascarpone com doce de leite (com gelado de lima e hortelã da Nannarella, feito exclusivamente para o Dom Queijo), seis euros cada.
A bebida
Todos os vinhos no restaurante são servidos a copo, sendo que há preferência pelas propostas do Monte da Ravasqueira (incluindo um colheita tardia). Em jeito de graça, da carta de vinhos faz parte o duriense Meio Queijo.
“Cuidado, está quente” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer novos restaurantes.