Várias entidades ligadas ao património e a comissão de trabalhadores da Fundação Côa Parque vão ser ouvidas esta quarta-feira no parlamento sobre o ato de vandalismo, ocorrido em abril passado, contra uma gravura do Parque Arqueológico do Vale do Côa.

A Associação dos Arqueólogos Portugueses, o ICOM-Portugal – Comissão Portuguesa da Comissão Internacional de Museus, o ICOMOS-Portugal – Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios e a Comissão de Trabalhadores da Fundação Côa Parque vão ser ouvidos, a partir das 10h00, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

A audição sobre o ato de vandalismo, cometido sobre a “Rocha 2 de Piscos”, e a situação da Fundação Côa Parque é realizada no âmbito do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PCP.

Na última semana, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, revelou, no parlamento, que a proteção das gravuras do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) deverá passar pela instalação de um sistema de videovigilância e por um maior envolvimento da comunidade local.

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Duas pessoas foram identificadas e constituídas arguidas, depois de terem confessado a autoria dos desenhos que danificaram o Painel Central de Arte Rupestre da Ribeira de Piscos, pertencente ao PAVC.

Vulgarmente conhecido pela representação do “Homem de Piscos”, feito há cerca de 15 mil anos, o painel com as gravuras está classificado como monumento nacional e como património mundial pela UNESCO. Castro Mendes falou na “necessidade de a comunidade sentir como seu aquele património, sentir que é dela, que o deve defender”.

O Parque Arqueológico e o Museu são geridos pela Fundação Côa Parque, criada em 2011 e cujos estatutos foram alterados em abril para passar a incluir, entre os representantes, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O conselho consultivo da fundação passará a integrar, pela primeira vez, representantes da Associação dos Arqueólogos Portugueses.