Não há uma comunicação oficial da liga dos bombeiros portugueses no sentido da recolha de mantimentos, mas são muitos os voluntários que se têm dirigido aos quartéis da sua área de residência para ajudar. A indicação é mesmo essa: quem quiser ajudar deve dirigir-se ao quartel de bombeiros voluntários (não sapadores) mais próximo e levar o que quiser e puder. Há, no entanto, alimentos e materiais mais necessários.

Segundo explicou ao Observador uma responsável pelo quartel do Largo do Barão de Quintela, em Lisboa, os mantimentos vistos como mais necessários são água, água com gás, barras de cereais energéticas, enlatados, soro fisiológico, compressas, ligaduras e adesivos. Naquele quartel a adesão está a surpreender os bombeiros, contabilizando já “pelo menos 300 paletes de água”, daí estarem a pedir mais água com gás, fundamental para a hidratação dos bombeiros que estão no terreno.

O que não se deve levar é fruta madura, carne, peixe ou produtos com validade curta. Nem sequer leite, que, ao contrário do que se pensa, não tem qualquer benefício face à inalação de monóxido de carbono. O aviso foi deixado pela Direção-geral de Saúde, à agência Lusa, que reforça que o leite não tem utilidade como antídoto do monóxido de carbono libertado pelos incêndios, sublinhando que é um mito sem base científica.

Todos os materiais que estão a ser entregues nos quartéis do país vão ser distribuídos pelos regimentos de bombeiros que estão a combater os 11 incêndios ativos, com maior preocupação para o de Pedrógão Grande e os de Castelo Branco. Uma nota: dá-se preferência a doses individuais, de águas ou sumos, e não a garrafas ou garrafões para ser mais fácil fazer a distribuição pelos bombeiros e vítimas.

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Alguns quartéis de bombeiros estão a publicitar nas redes sociais o pedido de ajuda, como é o caso dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos:

Recolha de AlimentosNa sequência de vários contactos que estamos a receber, os quais desde já agradecemos, vimos por…

Posted by Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos on Sunday, June 18, 2017

A plataforma cívica On Coimbra especifica, na sua página de Facebook, quais os alimentos e materiais de socorros mais necessários em cada concelhos. Veja aqui a lista completa:

https://www.facebook.com/EyesOnCoimbra/photos/a.1530297190540106.1073741828.1528426330727192/1933727266863761/?type=3&theater

De acordo com declarações de Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, ao jornal Público, em Pedrógão Grande há água e leite suficientes, mas falta “fruta que não seja preciso descascar, como laranjas e bananas”, sendo que também são bem-vindas barras de cereais energéticas. Aos que estão na zona, Marta Soares pede que voluntários entreguem este género de mantimentos na zona industrial de Pedrógão Grande, onde está uma equipa a receber e a fazer depois a distribuição.

#juntosporpedrogaoQuase todos os quartéis de Bombeiros estão a aceitar ajuda. Ainda assim, o PONTO DE RECOLHA PRINCIPAL…

Posted by Rádio Comercial on Sunday, June 18, 2017

Outras formas de ajudar: transferências bancárias

Há outras formas de ajudar, nomeadamente através de contribuições bancárias. A Caixa Geral de Depósito já criou uma conta solidária.

“A todos os cidadãos que pretendam, como nós, num gesto de solidariedade e cidadania ajudar as vítimas desta tragédia, deixamos aqui a conta de solidariedade que foi aberta para o efeito e na qual a Caixa depositou já a sua contribuição de 50.000 euros. Aos seus clientes afetados por este trágico acontecimento, a Caixa irá proporcionar soluções que os ajudem a mitigar e a ultrapassar os efeitos deste acidente”, lê-se no site da CGD.

CONTA SOLIDÁRIA CAIXA
IBAN: PT50 0035 0001 00100000 330 42

Também a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu constituir um fundo especial de 500 mil euros, para apoio às organizações da sociedade civil da região de Pedrógão Grande, afetada pelos incêndios deste fim de semana.

Em comunicado, a Fundação informou que os 500 mil euros são a dotação inicial do fundo, e servem para “ajudar a minimizar as consequências” dos incêndios e da tragédia que afetou os municípios de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera. “Em contacto com a União das Misericórdias Portuguesas, a Fundação está neste momento a acompanhar e a avaliar a situação no terreno”, indica a nota hoje divulgada.

Uma outra plataforma, de crowdfunding, está também a pedir apoio monetário para ajudar as vítimas. Chama-se “Ajuda às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande” e é liderada pelo publicitário Sérgio Gonçalves.

Pode consultar e fazer o donativo aqui.

O objetivo é amealhar 5 mil euros num prazo máximo de dois meses, mas “não há limites”. “A ideia é não ficar parados. A Sociedade civil deve agir. Todas as contribuições são preciosas e não há limites. Precisamos de todo o apoio possível para aliviar o sofrimento das populações afetadas”, escreve o promotor.