O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou hoje, no Luxemburgo, que o compromisso de Portugal com a missão da União Europeia (UE) no Mali “continua a ser total”, apesar da morte de “um valoroso e bravo sargento do Exército português”.

Augusto Santos Silva, que representou hoje Portugal no Conselho de Negócios Estrangeiros da UE, disse aos jornalistas que, no quadro de um debate e adoção de conclusões sobre o combate ao terrorismo, assegurou aos seus homólogos europeus que Portugal continua totalmente empenhado em contribuir para a cooperação regional, da UE “com outras organizações multilaterais, com os seus parceiros no norte de África, no Médio Oriente, no Corno de África e também no Sahel”.

“Eu tive oportunidade de dizer, em nome do Governo e do Estado português, que o nosso compromisso com a cooperação europeia com o Sahel é total, e por isso o nosso compromisso com as missões da UE no Sahel é total, e por isso o nosso compromisso com a missão de treino no Mali continua a ser total, mau grado o incidente, o ataque terrorista à missão da UE no Mali, de que uma das vítimas é um valoroso e bravo sargento do Exército português”, declarou.

O chefe de diplomacia indicou que recebeu “a solidariedade” dos seus colegas “em razão desta vítima portuguesa do ataque terrorista que ontem [domingo] ocorreu em Bamako, capital do Mali, contra a missão de treino da UE”.

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A chefe de diplomacia europeia, Federica Mogherini, lamentou hoje a morte de um militar português no Mali, expressando as suas condolências e também o “respeito, admiração e apreço” pelo trabalho da Missão de Treino da União Europeia no Mali.

Numa conferência de imprensa durante uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança começou a sua intervenção lamentando a morte de dois membros da missão da UE no Mali, um dos quais o militar português.

“Disse hoje de manhã que havia possibilidade de haver vítimas europeias. Infelizmente, posso confirmar que houve duas vítimas entre os nossos colegas da União Europeia: uma vítima portuguesa, que fazia parte da missão de formação a UE em Bamako, que visitei há duas semanas no Mali, e um colega natural do Mali que trabalhava para a delegação europeia”, afirmou.

A chefe de diplomacia europeia disse querer “transmitir não só as condolências, mas também o respeito e admiração e apreço de toda a UE e também dos nossos colegas do Mali e do Sahel pelo trabalho que os nossos colegas fazem na região, e em particular em Bamako”.

O sargento-ajudante Paiva Benido, morto no Mali na sequência de um ataque terrorista no domingo, é o vigésimo militar a morrer em missões exteriores de forças portuguesas desde 1992.

O ataque ocorreu pelas 16:00 de domingo, no Hotel Le Campement Kangaba, nas imediações de Bamako, um local de convívio e repouso autorizado pela missão para ser usado nos períodos em que os militares não estão em atividade operacional.