Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o seu sucessor à frente da autarquia (Isidro Figueiredo) e os restantes cinco arguidos já estão a ser ouvidos no Tribunal de Santa Maria da Feira no âmbito do primeiro interrogatório judicial da Operação Ajuste Secreto.

Como os sete arguidos chegaram ao tribunal da parte da tarde, não é expetável que sejam conhecidas durante esta terça-feira as medidas de coação que serão determinadas pela juíza de instrução criminal titular deste processo. Entretanto, a Agência Lusa noticiou que a juíza de instrução apenas identificou os arguidos, devendo os interrogatórios começar esta quarta-feira, pelas 11h00.

A juíza de instrução em causa é Ana Cláudia Oliveira. Trata-se de uma magistrada judicial que ficou conhecida por ter desempenhado o mesmo papel no processo Apito Dourado aquando da detenção de Valentim Loureiro, então presidente da Liga de Clubes, de Pinto de Sousa, então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e de mais 14 pessoas envolvidas no processo mais mediático de sempre sobre corrupção desportiva.

Na altura com 35 anos, Ana Claúdia Oliveira interrogou e libertou Valentim Loureiro mas fixou a medida de coação de suspensão de uma série de cargos que Loureiro tinha no Metro do Porto, Câmara de Gondomar e Liga de Clubes. O dirigente que era conhecido por “major” teve ainda de pagar uma caução de 250 mil euros.

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O objetivo do primeiro interrogatório judicial da Operação Ajuste Secreto será precisamente fixar as medidas de coação aos sete cidadãos que foram ontem detidos e constituídos arguidos na Polícia Judiciária (PJ) do Porto, após os procuradores do DIAP de Aveiro, secção de Santa Maria da Feira, promoverem as suas propostas.

Tal como o Observador já noticiou, Hermínio Loureiro e o seu sucessor à frente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo, são encarados pela Polícia Judiciária do Porto (PJ) como os principais arguidos da Operação Ajuste Secreto. Suspeitos de corrupção passiva, prevaricação, entre outros crimes de funcionário, Loureiro e Figueiredo são apontados pela PJ como os alegados autores de um esquema de manipulação de adjudicação de contratos públicos que terão beneficiados diversas empresas de construção de obras públicas.

Ouros dos dois detidos são José Francisco Oliveira, presidente da concelhia do PSD de Oliveira de Azeméis e secretário da distrital social-democrata de Aveiro, e o empresário João Sá. Este último é um ex-deputado do PSD que se dedicou aos negócios na área do Ambiente e deverá ser o primeiro arguido a ser interrogado pela juíza de instrução criminal.

Corrigida informação sobre o início dos interrogatórios dos arguidos e acrescentada informação avançada pela Agência Lusa.