Os serviços de segurança do Reino Unido suspeitam que o Governo russo esteja por detrás do ataque cibernético ao Parlamento britânico que violou dezenas de passwords a deputados e funcionários, segundo o The Guardian. Apesar da investigação estar numa fase precoce, a Rússia é vista como o culpado mais provável.

Os desenvolvimentos surgem após a divulgação dos primeiros dados sobre o ciberataque que começou na passada sexta-feira, que atingiu mil deputados britânicos e funcionários parlamentares, 7 mil membros da polícia e mais de mil pessoas ligadas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Acredita-se que cerca de 90 contas de email tenham sido pirateadas, segundo um porta-voz parlamentar.

A rede afetada é utilizada pelos membros parlamentares, inclusive a primeira-ministra Theresa May. Estes tiveram o acesso bloqueado pelos serviços de segurança do Reino Unido, enquanto tentavam resolver e minimizar os danos causados pelo incidente. “Foi um ataque brutal, que parece ter sido patrocinado pelo estado”, disse uma fonte dos serviços de segurança, que acreditam que o ato não tenha sido praticado por um pequeno grupo de piratas informáticos. A culpa em ataques desta natureza é, segundo a fonte, “muito difícil de atribuir a um ator específico”.

As investigações ainda estão em curso, mas ficou claro que cerca de 1% das 9 mil contas da rede parlamentar foram comprometidas, como resultado do uso de senhas fracas que não estavam de acordo com as orientações emitidas pelo Serviço Digital Parlamentar”, afirmouo porta-voz. Acrescentou que todos os que tiveram as suascontas comprometidas foram contactados e que se está a apurarse os dadosforam comprometidos durante o período.

Alguns membros do Parlamento recorreram à rede social Twitter para comunicar que o sistema estava em baixo e que quem tivesse intenção de os contactar o fizesse por outros meios. “Desculpem, estou sem acesso ao email parlamentar hoje. Estamos sob um ciberataque de Kim Jong-Un, Putin ou um miúdo qualquer na cave da mãe”, lê-se no Twitter de Henry Smith.

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O conselho de Estratégia de Segurança Nacional do governo britânico disse, em 2015, que o crime organizado dos ataques cibernéticos era um dos “riscos mais significativos para os interesses do Reino Unido”.

Em maio, durante as eleições presidenciais francesas, a Rússia surgiu vinculada à pirataria dos sistemas informáticos que trouxe a público vários dados da campanha de Emmanuel Macron.