Os acionistas da SIRESP, a operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança — que resulta de uma parceria público-privada promovida pelo Ministério da Administração Interna — aprovaram a distribuição de dividendos em Janeiro do ano passado. Decisão foi votada numa assembleia-geral, em Janeiro de 2016, agendada quando as contas de 2015 ainda não estavam fechadas, avança o Jornal de Negócios.

“A distribuição de dividendos aos acionistas” envolveu o pagamento total de 6,675 milhões de euros, informação essa confirmada na prestação de contas individual referente a 2015, a que o Negócios teve acesso. Não foi possível apurar se a empresa pagou mais dividendos depois dessa distribuição.

O maior accionista da SIRESP é a Galilei, empresa agora insolvente que antes era a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e que mudou de nome após a nacionalização do BPN. A Galilei detém 33% do SIRESP, a que se juntam 9,55% da Datacomp, tecnológica também do universo SLN/Galilei, e que está em Processo Especial de Revitalização. A PT, agora detida pela Altice, tem uma parcela de 30,55% do capital. A Motorola, que forneceu a tecnologia, tem 14,9% e, por fim, a Esegur (sociedade da CGD e do Novo Banco, então BES) tem 12%.

No ano de 2015, a SIRESP registou lucros totais superiores três milhões de euros e, no ano anterior, obteve lucros de 749 mil euros. Ainda de acordo com as contas de 2015, os acionistas tinham metido na empresa 2,78 milhões de euros (estando registado no passivo), sendo o capital social de 1,6 milhões. O último aumento de capital foi feito em 2009, o quinto desde 2007. E então ficou com os 1,6 milhões que ainda tem realizado.

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Recorde-se que a empresa e o Ministério da Administração Interna estão a ser alvo de fortes críticas depois de se confirmarem que o sistema de comunicações gerido por esta empresa falhou durante as operações de emergência no combate ao fogo de Pedrógão Grande.

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