Depois dos camiões, os drones. O Estado Islâmico tem vindo a treinar os seus militantes para o uso destes equipamentos em ataques terroristas, ensinando-os a instalar bombas que podem ser lançadas sobre multidões reunidas nas ruas das principais cidades europeias. As autoridades europeias estão a estudar formas de prevenir ataques pelo ar e de responder com eficácia a estas situações.
Antes da Europa, os primeiros testes acontecem onde o Daesh se movimenta com mais liberdade, como na Síria e no Iraque. Em vídeos postos a circular na Internet — como mais uma forma de propaganda da organização terrorista –, o Estado Islâmico mostra como se operam e, sobretudo, que impacto se pode provocar com este novo método terrorista. Mais do que o elevado número de baixas (porque os drones não conseguem transportar grandes cargas), os ataques com recurso a estes aparelhos provocam alarmismo entre a população, pela sua imprevisibilidade.
As autoridades europeias estarão atentas a este novo fenómeno e estudam formas de aniquilar (ou, pelo menos, reduzir o impacto) de ataques com drones. Em Espanha, o equivalente ao Ministério da Administração Interna formou um grupo que reúne especialistas de várias áreas (serviços de informações, forças de segurança, entre outras) cujas conclusões estarão prontas a ser discutidas dentro de poucas semanas, segundo o jornal espanhol El Confidencial. O Governo também tem promovido reuniões em que engenheiros e analistas se sentam para analisar formas de combate anti-terrorista centrado nestes aparelhos e definir de que instrumentos as forças de segurança precisam para garantir respostas eficazes a este tipo de ataques.
“Há muitas formas de fazê-lo, mas trata-se de uma tecnologia nova e tem os seus inconvenientes”, refere uma fonte do Ministério da Administração Interna espanhol. “O maior desafio é como travar um drone que tenha como objetivo atacar ou gerar algum tipo de incidente e é nisso que se têm centrado as reuniões com os especialistas: apontar mecanismos para detê-los e estabelecer protocolos que se devam aplicar”, refere a mesma fonte ao jornal espanhol.
Por outro lado, os serviços de informações têm vindo a estabelecer contactos com as próprias empresas que produzem estes aparelhos — geralmente usados para atividades lúdicas — para que sejam instalados programas informáticos que detetem e neutralizem aparelhos usados para promover ataques terroristas.
A ameaça é séria e os dirigentes do Estado Islâmico estão cientes da apreensão que provoca a informação de que os radicais islâmicos se preparam para por em prática este novo modelo de atuação em solo europeu. Nas redes sociais, no início do ano, o Daesh publicou uma infografia onde fazia o balanço de três meses de ataques com drones: 39 mortos, 103 feridos e 81 drones na posse desta organização terrorista são alguns dos números então divulgados.
https://twitter.com/elcaos/status/837069022793502720
Nos últimos meses foram sendo conhecidas as estratégias de forças de segurança de vários pontos do globo para neutralizar este tipo de ataques. Em França, a polícia treinou quatro águias para perseguir este aparelhos e, em menos de 20 segundos, conseguirem capturar o equipamento, evitando a concretização de ataques. A pensar na proteção destes animais, estão a ser desenvolvidos equipamentos (como luvas de couro) que alegadamente permitirão evitar ferimentos.
Na capital do Japão, a opção das autoridades recai sobre a tecnologia. As forças de segurança estão a treinar-se para o uso de drones que tenham capacidade de imobilizar outros drones que tenham sido equipados com bombas. Neste caso, uma rede pendurada no drone da polícia será usada para aniquilar os equipamentos usados em eventuais atos terroristas.