A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) diagnosticou nos últimos dois anos tranquilidade no setor dos produtos biológicos mas vai analisar o estudo publicado esta quinta-feira pela revista Visão em que se identificam pesticidas proibidos em amostras analisadas.

O inspetor-geral da ASAE, Pedro Gaspar, disse à agência Lusa que a instituição faz regularmente despistes a pesticidas em produtos comercializados, sem visar especificamente os biológicos, e que em dois anos e 600 amostras, 125 das quais de produtos de rótulo biológico, houve apenas um caso de presença de um pesticida não autorizado.

No âmbito de fiscalização específica do circuito biológico, orientada por um plano operacional coordenado com o Ministério da Agricultura, houve nos últimos dois anos mais de 300 intervenções, que deram origem a 35 processos, mas todos por questões de higiene ou rotulagem. Estes resultados apontavam “para um setor com alguma tranquilidade”, o que este estudo “não confirma”.

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No trabalho da Visão, inclui-se a análise em laboratório de 113 produtos — frutas, legumes e sementes – identificados nas lojas como biológicos, através da qual se encontraram pesticidas não permitidos na agricultura biológica e numa das análises efetuadas, a uma couve identificada como proveniente da agricultura biológica, foi encontrada uma quantidade de glifosato 12 vezes superior ao máximo permitido por lei para couves de produção convencional.

Pedro Gaspar afirmou que “serão tidos em conta todos os contributos” do estudo da Visão, que “é sempre complementar” ao que a ASAE pensava sobre o setor biológico. “Vai ser objeto de avaliação” e a ASAE admite recolher mais elementos “se vir que há necessidade de reforçar alguma área” da fiscalização e despistes de mercado já existentes.

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