O ministro da Cultura anunciou, em Foz Côa, que uma equipa técnica da Direção-Geral do Património Cultural se vai deslocar até ao Museu e Parque do Côa para avaliar as consequências do ato de vandalismo recentemente ocorrido. “O objetivo é estudar eventuais medidas de conservação e restauro e ainda propor, em articulação com o novo Conselho Diretivo e com o responsável científico interino, medidas preventivas tendentes a evitar, no futuro, a ocorrência de casos semelhantes”, disse Luís Filipe Castro Mendes.

O ministro, que participou esta quinta-feira numa visita guiada ao núcleo arqueológico da Penascosa, um dos sítios abertos ao público e onde se pode apreciar arte rupestre do Vale do Côa, com mais de 25 mil anos de história, situado no concelho de Vila Nova de Foz Côa, defendeu que “a melhor prevenção será um continuado trabalho de educação ambiental e patrimonial que o Museu do Côa e o Parque Arqueológico terão de potenciar e desenvolver com os públicos e as comunidades, fazendo-as sentir cada vez mais como seu este notável Património Nacional e Universal.

Luís Filipe Castro Mendes reforçou que será da competência do novo Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque propor, desde já, medidas de reforço de segurança deste acervo. A Fundação Côa Parque havia denunciado, no final de abril, um “inqualificável” atentado contra uma das rochas do parque arqueológico na qual está representada uma figura humana com mais de dez mil anos, tendo sido participado criminalmente junto do Ministério Público.

Fundação Côa Parque denuncia “inqualificável” ato de vandalismo em figura rupestre

“Fomos surpreendidos com a descoberta de novíssimas gravações de uma bicicleta, um humano esquemático e a palavra ‘BIK’ diretamente sobre o conhecidíssimo conjunto de sobreposições incisas do setor esquerdo daquele painel, onde, como é universalmente sabido, está o famoso ‘Homem de Piscos’, a mais notável das representações antropomórficas paleolíticas identificadas no Vale do Côa”, disse, à Agência Lusa, o então diretor do Parque Arqueológico da Vale do Côa, António Baptista.

Segundo o também arqueólogo, tratava-se de um conjunto de gravuras que sobreviveram intactas mais de dez mil anos e que agora foram “miseravelmente mutiladas pela ignorância de alguém que possa ser rapidamente identificado e exemplarmente punido”. O novo presidente da Conselho Diretivo da F-CP, Bruno Navarro, disse à margem da cerimónia de tomada de posse que decorreu esta quinta-feira no Museu do Côa que as medidas de segurança serão um prioridade e que em breve haverá novidades nesta matéria, sem especificar quais.

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