O ministro dos Negócios Estrangeiros português apelou esta sexta-feira ao governo guineense que reverta a suspensão da atividade da RTP e RDP no país, avisando que essa decisão cria uma situação “muito problemática” na relação bilateral.

“Revertam o mais depressa possível essa decisão. A manter-se [a decisão de suspender a RDP e RTP em Bissau] criará uma situação que será muito mas muito problemática do ponto de vista do relacionamento entre os dois países”, disse Augusto Santos Silva no Porto, à margem de uma visita à Fundação Serralves, esta sexta-feira.

Julgo que o bom senso acabará por imperar”, considerou o ministro português, que acusou o Governo guineense de promover um “atentado à liberdade de imprensa” com esta decisão unilateral.

O governo de Bissau justificou a decisão com o facto de não ter recebido qualquer resposta ao pedido de revisão do protocolo de cooperação na área da comunicação social entre os dois países, algo que o governante português nega. “Recebemos no passado dia 7 de junho uma proposta de revisão do protocolo na área da comunicação social”, que foi dirigido ao Ministério da Cultura português, explicou Augusto Santos Silva.

“Essa proposta foi reencaminhada para a RTP, empresa pública, para que ela desse o seu parecer e, do nosso ponto de vista, os trabalhos necessários [para iniciar a renegociação] estão em curso. Ao contrário do que ouvi dizer ao senhor ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, o ministro da Cultura [português] respondeu à carta” da Guiné-Bissau, disse Santos Silva.

“Mas mesmo que houvesse questões a tratar” – disse o ministro português – isso “em nada justificaria uma decisão destas que atenta contra a liberdade de expressão e atenta contra a liberdade de imprensa e atenta contra o próprio direito dos cidadãos Guiné-Bissau à informação”.

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