O líder da bancada do PS deixou esta quinta-feira uma declaração antecipada sobre a comissão técnica independente para investigar as circunstâncias do incêndio de Pedrógão Grande. Ao falar dos nomes que têm de ser apresentados pelos partidos, Carlos César enviou um recado, sem identificar o destinatário, avisando que é preciso evitar nomes que possam “lançar sementes de uma vingança” na comissão. Pouco depois, era conhecido o nome escolhido pelo PS: Marc Castellnou Ribau, um engenheiro florestal catalão.

Segundo o currículo divulgado pela bancada socialista, citado pela Lusa, Marc Castellnou Ribau é considerado um conceituado engenheiro florestal da Universidade de Lérida. É chefe da área florestal do Corpo de Bombeiros da Generalitat [Governo] da Catalunha e participou já em 22 campanhas de incêndios florestais, tendo experiência em operações em Espanha, Portugal, França, Reino Unido, Itália, Grécia, Estados Unidos e Argentina. É este o nome que o PS vai fazer chegar a Ferro Rodrigues como proposta de membro da comissão técnica independente.

Antes, César tinha deixado um recado, sem destinatário identificado, a alertar para as escolhas dos outros partidos:

O PS não vai recorrer a pessoas que estejam agastadas com o atual Governo, por terem sido demitidas ou qualquer outra circunstância, para o metermos numa comissão técnica independente no sentido de lançar sementes de uma vingança”, disse aos jornalistas.

Um aviso claro que o líder parlamentar do PS não quis detalhar, empurrando para mais tarde a compreensão das suas palavras. Ainda não são conhecidos os nomes propostos pelos partidos todos para a comissão técnica independente que o PSD propôs que fosse constituída no Parlamento para analisar o caso do grande incêndio na região centro do país. O PSD não divulgará a sua escolha publicamente e fez saber que entrega o nome escolhido ao Presidente da Assembleia da República entre hoje (quinta-feira) e amanhã (sexta).

Seis dos nomes que vão constituir esta comissão são indicados pelo presidente da Assembleia da República, ouvidos todos os grupos parlamentares. Os outros seis são escolhidos pelo Conselho de Reitores da universidades portuguesas e é entre estes seis que sairá o presidente.

O projeto para a constituição da comissão foi apresentado e aprovado em três dias, na semana passada, e seguiu esta quarta-feira para Belém, para ser promulgado pelo Presidente da República. O Presidente promulgou o diploma esta quinta-feira com reservas. “Apesar de a solução legislativa representar uma experiência sem precedente jurídico ou político na nossa vivência constitucional e poder envolver prazo bastante alargado para a obtenção das respetivas conclusões”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente decidiu promulgar atendendo ao consenso parlamentar entre PS, PSD, CDS e BE.

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