A China comprou 62,7 por cento de todo o petróleo bruto angolano exportado diretamente pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) em 2016, segundo dados da petrolífera compilados esta quinta-feira pela Lusa.

A Sonangol comercializou diretamente 203.861.738 barris de petróleo bruto, um decréscimo de 9% face a 2015, justificado pela petrolífera, no seu relatório e contas, com a baixa do preço de petróleo bruto no mercado internacional, “que favorece os grupos empreiteiros em detrimento da concessionária, à luz dos Contratos de Partilha de Produção aliado ao decréscimo de produção”.

Angola fez descobertas de novos recursos petrolíferos equivalentes a 1.507 milhões de barris de petróleo em 2016, uma quebra de 30 por cento face às novas reservas encontradas em 2015, segundo dados da concessionária estatal Sonangol.

De acordo com informação da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), liderada pela empresária Isabel dos Santos, a atividade de sondagem e exploração, em 2016, resultou em descobertas de 831 milhões de recursos de óleo e 3.067 biliões de pés cúbicos de gás, perfazendo um total de 1.507 milhões de barris de óleo equivalente, em recursos descobertos.

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Com a cotação do barril em queda – depois de mais de 100 dólares em 2014, chegou a tocar, no ano passado, nos 30 dólares -, as operadoras dos vários blocos têm mais direitos sobre essa produção, que em 2016, no conjunto das várias concessões angolanas, atingiu os 630.113.030 barris, uma quebra de 3% face ao total do ano anterior.

A China manteve a liderança no destino das exportações petrolíferas angolanas, tendo comprado diretamente à Sonangol mais de 127.821.300 barris de petróleo bruto, seguida da Índia, que comprou 9,8% de todo o crude da concessionária estatal. Portugal importou 2,9% do petróleo bruto angolano e a França 1,3%, seguindo-se países como Espanha e Itália, ambos com 0,5% do total.

O resultado líquido consolidado da Sonangol em 2016 foi de 13.282 milhões de kwanzas (70,5 milhões de euros), uma quebra de 72% face ao exercício de 2015, “como resultado de uma diminuição nos resultados financeiros e nos resultados de filiais e associadas”, reconhece a petrolífera, no seu relatório e contas.

Já o EBITDA consolidado (resultado operacional isento de impostos e amortizações) atingiu em 2016 os 525.266 milhões de kwanzas (2.788 milhões de euros), um crescimento de 36% em termos homólogos, ainda de acordo com a Sonangol.