Quando o Exército deu conta que tinha sido arrombado o acesso aos paióis na base de Tancos, a 28 de junho, desaparecendo material de guerra, o estado de segurança era o mais baixo: “Alfa+”. Nessa altura já decorria uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal sobre a existência de um plano para chegar a armamento militar em Portugal. Esta quinta-feira, o chefe do Exército disse, no entanto, aos deputados que só teve conhecimento dessa investigação informalmente e já depois do assalto.

A notícia sobre o nível de segurança na base de Tancos é avançado na edição desta sexta-feira do jornal Público, que cita uma fonte envolvida no processo. Nesta altura, o comando já tinha pedido o reforço da vedação na base militar e a chefia do Exército já tinha conhecimento da inexistência de videovigilância na base. Já quanto ao inquérito no DCIAP, noticiado pela revista Sábado esta semana, o chefe do Estado Maior do Exército, Rivisco Duarte, fez saber aos deputados, numa audição parlamentar, que não tinha conhecimento formal dessa investigação e deu a entender que terá tido uma informação não oficial, mas já depois do assalto ter acontecido.

Chefe do Exército sobre Tancos: “Houve ali desleixo”

Também na imprensa desta sexta-feira, o tema de Tancos é destaque do Diário de Notícias que dá conta da possibilidade de o material militar roubado em Tancos ainda estar em Portugal. O jornal escreve que esta é uma das linhas da investigação do DCIAP, aberto na sequência do roubo, e que os peritos da PJ admitem a hipótese mesmo que não exista mercado para a utilização daquele género de equipamento.

Esta sexta-feira à tarde vai ser ouvido na Assembleia da República o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, pela Comissão parlamentar de Defesa. A audição será à porta aberta, ao contrário do que aconteceu ontem com a do chefe do Estado Maior do Exército, o general Frederico Rovisco Duarte.

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