O Banco de Fomento de Angola (BFA), que até janeiro deste ano era controlado maioritariamente pelo português BPI, vai conceder uma linha de crédito ao Estado angolano de mais de 185 milhões de euros.

Segundo autorização presidencial de finais de junho, a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, aprova a abertura desta linha de financiamento a favor do Ministério das Finanças, dada a “necessidade de se implementar projetos integrados no Programa de Investimentos Públicos” e “de acordo com a política de investimento para o desenvolvimento económico e social do país”.

Angola vive uma profunda crise financeira e económica desde finais de 2014 devido à quebra na cotação internacional do petróleo, estando a recorrer ao endividamento público para estimular a economia, nomeadamente através de grandes empreitadas em curso.

O documento, que não especifica as condições deste empréstimo do BFA ou as obras a financiar, refere que o valor global do financiamento será de 35 mil milhões de kwanzas (185,6 milhões de euros).

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Para cumprir as exigências do Banco Central Europeu (BCE), que obriga a reduzir a exposição ao mercado angolano, o BPI vendeu em janeiro 2% da sua participação no BFA à operadora Unitel, deixando de controlar aquela instituição, ficando com 48,1%.

A empresa de telecomunicações angolana, de Isabel dos Santos, passou a ter 51,9% do capital do BFA.

Do negócio em Angola, com o BFA, o BPI recebeu 491 milhões de euros entre 2002 e 2016, 366 milhões de euros da venda de 49,9% do banco em 2008, 60 milhões de euros da repatriação de lucros por transformação da sucursal em banco, em julho de 2002, e já este ano 28 milhões de euros da venda de mais 2%.