Os Estados Unidos vão impor sanções severas contra a Venezuela se for aprovada a Assembleia Constituinte promovida pelo Presidente Nicolás Maduro, anunciou na terça-feira o senador republicano Marco Rubio.

“É possível uma reconciliação na Venezuela se (Nicolás) Maduro optar por esse caminho. Mas que espere severas sanções dos EUA se a Assembleia Constituinte acontecer”, escreveu na sua conta no Twitter. Segundo Marco Rubio, o objetivo da oposição venezuelana “não é a vingança”.

Os protestos terminarão se o Governo de (Nicolás) Maduro regressar à ordem constitucional, libertar e conceder amnistia a todos os presos políticos, suspender a Constituinte e realizar eleições supervisionadas”, explicou.

O Governo venezuelano iniciou, no domingo, a campanha para o escrutínio de 30 de julho, quando serão eleitos os 545 membros da Assembleia Constituinte promovida pelo Presidente venezuelano Nicolás Maduro.

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Para Maduro, a Assembleia Constituinte vai redigir uma nova Carta Magna, que deverá traduzir um “grande diálogo nacional e social, acabar com a corrupção e a burocracia, e estará centrada em ganhar a paz e isolar os violentos”. A nova Constituição deverá determinar a manutenção dos programas sociais conhecidos como “missões”, criados pelo falecido líder socialista Hugo Chávez, antecessor de Maduro, em matéria de habitação social, educação, saúde e cultura.

Os eleitos deverão promover novas formas de democracia participativa, e a democracia direta no campo social e político, além de dar valor constitucional às comunas e conselhos comunais.

A oposição acusa o Governo de avançar com um processo “fraudulento” e diz que não houve consulta popular.

Alega ainda que o regime pretende usar a Assembleia Constituinte para concluir a instauração de uma ditadura, acabar com a divisão e autonomia de poderes e perseguir os dissidentes.

A convocatória para a eleição de uma Assembleia Constituinte, feita no passado dia 1 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro, intensificou as manifestações da oposição que desde abril se registam no país, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Pelo menos 93 pessoas morreram no âmbito dos protestos.