Os utilizadores portugueses de aplicações de telemóvel que contam os passos dados diariamente caminham, em média, menos mil passos por dia que os utilizadores espanhóis, que têm médias de 6.000 passos, segundo um estudo norte-americano divulgado esta semana.

Ainda que o estudo não adiante pormenores relativamente a Portugal tem um planisfério colorido que indica a média de passos em cada país, e que revela que a média dos utilizadores portugueses destas aplicações para smartphones regista valores abaixo dos 5.000 passos diários.

Em comparação com os espanhóis, que registam médias próximas dos 6.000 passos diários, os utilizadores portugueses são mais sedentários.

Os dados foram compilados por uma equipa de investigadores da universidade norte-americana de Stanford e resultaram num estudo publicado na revista Nature e divulgado esta semana.

Em declarações ao canal de televisão britânico BBC, Scott Delp, um dos investigadores envolvidos no estudo, disse que este trabalho tem uma dimensão mil vezes superior a estudos anteriores sobre o movimento humano.

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Os investigadores analisaram os registos de aplicações de telemóvel que contam os passos diários dos seus utilizadores, contabilizando mais de 700 mil pessoas em todo o mundo, e analisando dados correspondentes a 68 milhões de dias.

De acordo com os valores médios por país, tendo em conta os utilizadores deste tipo de aplicação, na Europa, apenas os gregos e os islandeses caminham menos que os portugueses.

Na maioria dos países europeus os valores médios situam-se próximo dos 5.500 passos diários.

Japoneses, russos, chineses, ucranianos, bielorrussos, espanhóis e suecos são os utilizadores mais ativos, segundo o estudo, superando, atingindo ou até mesmo superando os 6.000 passos diários.

A média mundial é de 4,961 passos diários, revela o estudo, que adianta que é em Hong Kong que se caminha mais, com uma média de 6.880 passos diários, e que é na Indonésia que se caminha menos, com uma média 3.513 passos diários.

O estudo permitiu ainda retirar alguns dados sobre obesidade, usando indicadores como o da ‘desigualdade de atividade”, mostrando que em países em que há utilizadores muito ativos e outros com uma atividade muito baixa os níveis de obesidade são mais elevados.

Quando estas desigualdades são mais esbatidas ou quase inexistentes, as taxas de obesidade são mais baixas, como é o caso de países como a Suécia.

Um caso que exemplifica este indicador é a comparação entre os Estados Unidos e o México, que têm médias diárias de passos muito semelhantes, mas um registo de ‘desigualdade de atividade’ muito diferente. A desigualdade é maior nos EUA, sendo também maior a taxa de obesidade.

O estudo mostra também que um terreno mais favorável aos pedestres favorece a caminhada como meio de transporte: se for fácil chegar aos sítios a pé, as pessoas privilegiam a caminhada.