A candidata do CDS à Câmara de Lisboa, Assunção Cristas, desafiou esta quinta-feira à noite o atual presidente e candidato socialista Fernando Medina para um debate, em que preste contas sobre a governação “obscura, pouco transparente” e a “política desastrosa” no trânsito, área social e habitação.

“Eu desafio o doutor Fernando Medina para um debate televisivo em que ele preste contas de uma política tão obscura”, desafiou Assunção Cristas, que prometeu “uma governação sem casos, como o das obras do viaduto de Alcântara ou do miradouro de São Pedro de Alcântara”, aludindo no último caso à adjudicação sem concurso, por ajuste direto, à empresa Teixeira Duarte de obras consideradas urgentes.

O desafio da cabeça-de-lista da coligação Pela Nossa Lisboa (CDS/MPT/PPM) e líder do CDS-PP estende-se às explicações sobre o que qualificou de “política desastrosa” do atual presidente de Câmara e candidato socialista às autárquicas de 1 de outubro, no “trânsito, no estacionamento, nas políticas sociais e na habitação”.

“Estamos fartos de ter uma Câmara obscura, pouco transparente, que decide em cima do joelho, que não fala com ninguém e que não sabe explicar porque não tem como explicar o que se passa nesta cidade”, afirmou, prometendo que a sua “governação será bem diferente da governação de Fernando Medina no que toca à transparência”.

Num jantar de lançamento da candidatura, na Estufa Fria, no Parque Eduardo VII, Assunção Cristas elegeu como eixos do seu programa eleitoral para Lisboa a mobilidade e estacionamento, as políticas sociais e a habitação e de uma “cidade azul”.

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Nas críticas à mobilidade em Lisboa, Assunção Cristas incluiu o atual primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Lisboa: “António Costa prometeu em 2014 reinventar o sistema de transportes de Lisboa, Fernando Medina prometeu depois mais oferta e maior rapidez nos transportes públicos em Lisboa, ambos falharam redondamente”.

“Dez anos depois de governação socialista a funcionar, os transportes estão piores, os tempos dos transportes estão piores, a qualidade está pior, não aparecem, não existem, nem são viáveis, falharam redondamente nesta agenda”, defendeu.

Cristas apelidou Medina de “inimigo público número 1 de quem tem de andar de um lado para o outro na cidade de Lisboa”, um “caça multas de estacionamento”. A candidata e presidente do CDS-PP falou dos eixos do seu programa eleitoral e especificou propostas a que já se tinha referido, como a de que não subsista qualquer sem-abrigo na capital.

O programa “Zero Sem-Abrigo”, explicou, passará pela criação da figura de apoio inter-pares, de pessoas que já estiveram na situação de sem-abrigo, “uma relação de apoio de quem tem uma experiência comum, que já passou pelo mesmo”. “Vamos abrigar todas as pessoas”, assumiu.

No âmbito das políticas sociais de apoio aos idosos e às pessoas com deficiência, a candidata revelou o projeto de criação de uma “rede dos cuidadores” , que possam ajudar as pessoas em situação de isolamento, em “articulação estreita entre serviços sociais e médicos”.

Assunção Cristas disse querer inspirar-se numa “administração à Nuno Abecassis, que tratava todos pelo nome, que todos conhecia”, referindo-se ao centrista presidente da Câmara entre 1980 e 1990.

Num jantar em que estiveram os vice-presidentes do partido Nuno Melo e Adolfo Mesquita Nunes, o presidente da Câmara de Ponte de Lima, Vítor Mendes, o antigo administrador do Centro Cultural de Belém António Lamas e o mandatário e ex-presidente da Câmara de Lisboa eleito pelo PSD António Carmona Rodrigues, foram apresentados todos os cabeças de lista às juntas de freguesia da capital.