O Presidente da República fez publicar o decreto de exoneração dos sete secretários de Estado, proposto pelo primeiro-ministro, com um texto a dizer que aqueles membros do Governo tinham saído “a seu pedido e sob proposta do primeiro-ministro”. Acontece que o primeiro nome que aparece na lista é, exatamente, o da ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, que disse ao Observador o contrário do que aparece no decreto presidencial.

“Não pedi para sair”, disse Margarida Marques ao Observador esta quinta-feira. A ex-secretária de Estado foi clara: “Não pedi para sair. Não pedi a demissão” Foi surpreendida? “Fui. Não fui hoje, mas fui surpreendida com a decisão“. Margarida Marques soube que estava de saída “dias antes” de se saber que António Costa ia ter de fazer alterações no Governo depois de três secretários de Estado serem constituídos arguidos. O Observador tentou perceber junto do gabinete do primeiro-ministro e da Presidência da República a razão desta formulação, mas não foi possível obter uma resposta.

Margarida Marques “surpreendida” com remodelação: “Não pedi para sair”

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Na tarde desta sexta-feira, depois da tomada de posse dos oito novos secretários de Estado, o primeiro-ministro, António Costa, agradeceu aos secretários de Estado exonerados “pelo contributo que deram ao Governo e aos portugueses” e desejou felicidades aos oito novos governantes.

“Só queria dizer duas palavras: primeiro, de agradecimento aos senhores e senhoras secretários de Estado que hoje cessaram funções pelo contributo que deram ao governo e aos portugueses. E uma segunda palavra aos que hoje iniciam funções desejando, naturalmente, que tenham as maiores felicidades no exercício dessas funções para executarmos bem o programa do Governo”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro fez uma curta declaração aos jornalistas no final da tomada de posse de oito novos secretários de Estado no Palácio de Belém.

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