A Direção-Geral do Património Cultural concluiu esta sexta-feira o processo de contratação externa de vigilantes para o Museu Nacional de Arte Antiga, o que permitirá reabrir as salas encerradas da instituição, segundo fonte daquele organismo.

Está concluída a contratação de cinco rececionistas, no âmbito do procedimento externo“, a que se junta mais “um vigilante cedido pelo Museu Nacional dos Coches”, num total de seis pessoas, disse à agência Lusa fonte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Estas contratações são feitas pelo período de um mês, a partir da próxima terça-feira, “até 18 de agosto”, altura em que serão reavaliadas, de acordo com as necessidades do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), e vêm responder à falta temporária de pessoal, na instituição, resultante sobretudo “de se encontrarem sete vigilantes de baixa médica”, segundo a DGPC.

A direção do MNAA decidira, há algumas semanas, encerrar a maioria das suas salas, de terça a sexta-feira, devido à falta de vigilantes/rececionistas, tendo colocado um aviso, no seu sítio ‘online’. Este encerramento abrangia os pisos 1 e 2, durante o horário de funcionamento (10:00/18:00), e o piso 3, das 12h00 às 15h00.

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O fecho parcial nunca atingiu a exposição temporária, “Madonna. Tesouros dos Museus do Vaticano”, nem as salas de pintura europeia, nem incluía o funcionamento do fim de semana.

Atualmente, a página do MNAA indica que o encerramento parcial se verifica apenas até ao final do dia desta sexta-feira.

Os pisos 1 e 2 acolhem as exposições, enquanto o piso 3, que reabriu no ano passado, com um novo circuito expositivo, ao fim de vários meses de obras, acolhe a coleção de pintura e escultura portuguesas, onde se encontram algumas das peças mais importantes do acervo, como os Painéis de São Vicente.

Até esta semana, o MNAA manteve o aviso de que se encontrava “parcialmente encerrado”, com os pisos 1 e 2 fechados de terça a sexta-feira, e o piso 3, entre as 12h00 e as 15h00, também de terça a sexta-feira, mantendo por isso um desconto de 50% do preço dos bilhetes.

Na semana passada, o diretor do museu, António Filipe Pimentel, quando contactado pela Lusa, disse que não prestava declarações sobre o encerramento das salas.

A DGPC, por seu lado, respondeu que iria recorrer à contratação externa para reabrir as salas fechadas do MNAA.

O organismo que tutela os museus, palácios e monumentos nacionais, confirmou na altura o encerramento parcial do principal museu nacional do país, atribuindo-o “à circunstância de se encontrarem sete vigilantes de baixa médica”.

Perante este facto, o encerramento temporário de algumas salas afigurou-se inevitável, de modo a preservar a segurança da coleção. A solução para esta situação atípica é a contratação externa de vigilantes, processo que a DGPC desencadeou de imediato, prevendo-se que o MNAA possa retomar o seu normal funcionamento no mais curto espaço de tempo”, afirmou a DGPC, numa resposta enviada à Lusa, por correio eletrónico.

Posteriormente, a DGPC anunciou o desconto de 50 por cento do valor habitual dos bilhetes.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, de pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, e é um dos museus com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I, datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.

Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, Jan Steen, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo, Fragonard são alguns dos mestres europeus representados na coleção do MNAA.

Em 2016, o MNAA somou 175.578 visitantes, mantendo o segundo lugar na lista dos mais visitados dos museus nacionais.