Há vídeos de combatentes do Daesh a serem agredidos e mesmo mortos às mãos de soldados iraquianos, depois de se renderem em Mossul. A acusação é da organização humanitária Human Rights Watch. “Estes relatos horríveis de maus tratos e assassinatos foram recebidos em silêncio em Bagdad, o que apenas fomentou ainda ainda mais o sentimento de impunidade entre as forças armadas em Mossul”, acusou Belkis Wille, da ONG.

A notícia está a ser avançada pela Associated Press, que garante ter visto pelo menos dois dos vídeos, partilhados no Facebook um dia depois de o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ter declarado a vitória total do exército nacional sobre os homens do autoproclamado Estado Islâmico em Mossul, cidade ocupada há três anos.

Num deles, descreve a notícia, podem ver-se vários soldados iraquianos a gritar, pontapear e espancar vários homens, “aparentemente combatentes do Estado Islâmico capturados”, que depois são arrastados para o exterior e, alguns, abatidos a tiro.

“Os soldados carregam o homem até à beira de uma parede alta sobre o rio Tigre. Nesse local, outros soldados estão a disparar contra os corpos de dois homens que já foram atirados lá para baixo. Depois atiram o outro homem por cima do muro e também disparam balas sobre o seu corpo”, pode ler-se no texto.

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Esta quinta-feira surgiram novos vídeos nas redes sociais, a mostrar a rendição dos últimos homens do Daesh em Mossul, na zona da cidade antiga, mas não há sinais da violência descrita acima.

À Associated Press, Mohammed al-Khudhari, ministro da Defesa, garantiu que os soldados iraquianos no terreno têm “instruções e orientações muito claras” para procederem aos interrogatórios dos combatentes do Estado Islâmico detidos e para “depois os mandarem para tribunal”. Também assegurou que quaisquer militares que desobedeçam serão julgados em tribunal marcial.