A administração do Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, fez saber, em junho, que iria aumentar a recompensa pelas obras de arte que foram roubadas em 1990 – o prémio atinge agora os 10 milhões e dólares (cerca de oito milhões de euros) e não é para menos: foi o maior crime no mundo da arte desde o roubo de “Mona Lisa”. Contudo, o valor só se mantém até ao dia 31 de dezembro.

Ao todo, foram roubadas treze peças, avaliadas entre os 300 e os 500 milhões de dólares. Aconteceu tudo apenas numa noite, em 1990, bastando apenas 81 minutos.

Os criminosos conseguiram escapar com obras como “The Storm on the Sea of Galilee”, de Rembrandt, “Chez Tortoni”, de Monet e “The Concert”, de Vermeer, entre as mais valiosas. Mas, ao mesmo tempo, foi um crime complicado. Alguns detalhes sugerem que os ladrões sabiam exatamente aquilo que procuravam e/ou que foram instruídos para roubar. No percurso feito dentro do museu, passaram por obras de maior valor e não as levaram.

Quando se completou o 23.º aniversário do roubo, em 2013, o FBI deu uma conferência de imprensa e revelou informação que se desconhecia. As obras terão sido transportadas através dos estados de Connecticut e da Pennsylvania e foram vendidas em Philadelphia. Contudo, se forem como todas as pistas dos últimos 27 anos, estas informações não levarão a investigação a bom porto.

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Ao longo dos últimos anos, detetives privados e do FBI têm investido tempo e trabalho em procurar pistas e, apesar de não se ter chegado a lado nenhum, fizeram-se alguns avanços.

Mas a questão das recompensas é um pau de dois bicos. Em 2008, quando foi roubado algum ouro do Museu de Antropologia da University of British Columbia, o valor da recompensa era superior ao valor do ouro puro e os ladrões, atraídos pela recompensa, devolveram as peças roubadas – e ficaram o tempo suficiente para serem apanhados pela polícia.

Mas, quando em 1975 foram roubados 28 quadros da Galeria de Arte Moderna de Milão, a recompensa não serviu de nada: as peças foram devolvidas por cúmplices dos ladrões e o prémio foi pago. Contudo, meses mais tarde, os mesmos ladrões voltaram ao Museu e levaram ainda mais quadros – entre eles alguns que já tinham roubado antes. E esses nunca regressaram.

Para além destas complicações, pagar uma recompensa não é tão simples assim: tem que ser feito sem garantir aministia (algo ilegal nos EUA) aos ladrões e, ao mesmo tempo, sem que se torne num resgate – que também é ilegal em muitos países.

Recorde na fotogaleria em cima algumas das obras que nunca mais regressaram aos museus de onde foram roubadas.