A campanha para as eleições legislativas de sábado em Timor-Leste foi a mais tranquila de sempre na história do país, sem incidentes ou irregularidades graves, segundo as autoridades policiais e eleitorais ouvidas pela Lusa. “Correu tudo muito bem. Durante toda a campanha quase não se registaram incidentes“, disse à Lusa Julio Hornay, comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL). “Esta foi a campanha mas pacífica, mais tranquila de sempre”, garantiu.

A campanha para o voto de sábado, que termina esta quarta-feira, começou a 20 de junho com as 21 forças políticas concorrentes ao sufrágio a realizarem ações quase diariamente um pouco por todo o país. Mesmo em situações em que caravanas partidárias se cruzaram não se registaram problemas.

Hornay explicou que apenas houve relatos de um incidente ligeiro “que ficou resolvido em cinco minutos, em Viqueque” e de “um grupo de jovens apoiantes de um partido que andavam em Baucau à noite a fazer barulho com as motas”. O responsável policial explicou que, apesar disso, o dispositivo de segurança vai continuar destacado no terreno, “durante todo o período de votação, de contagem e depois até á publicação dos resultados” finais pelo Tribunal de Recurso, o que deve ocorrer apenas no início de agosto. “Mantemos o mesmo dispositivo no terreno, temos um plano de operações preparado para todos os municípios e, caso haja alguma situação, temos condições de aumentar o dispositivo”, referiu.

Também o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Alcino Baris, disse à Lusa que a campanha decorreu sem que tenham sido detetadas quaisquer irregularidades graves, sublinhando que as autoridades eleitorais continuam a coordenar tudo com a PNTL e com os partidos políticos.

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Não se detetou nada de irregularidades graves. O fator essencial foi a coordenação mútua com os delegados nos municípios e a obediência dos partidos políticos que cumpriram sempre a lei”, disse.

“Os partidos, mas também a população, merecem os parabéns. Foi um esforço da CNE desde o início, com reuniões e reuniões, a chamar a atenção sempre aos dirigentes máximos para que dessem instruções aos militares e simpatizantes para não violar as regras. Isso teve este efeito positivo durante toda a campanha”, afirmou.

Estão recenseados para votar 764.858 eleitores, entre os quais 1.101 recenseados na Austrália, 589 em Portugal, 208 no Reino Unido e 227 na Coreia do Sul. As autoridades eleitorais timorenses vão instalar 1.121 estações de voto em 859 centros de votação para as legislativas, dos quais pelo menos sete funcionarão no estrangeiro, na Austrália (Darwin, Sydney e Melbourne), Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido.

Cerca de metade dos eleitores tem de se deslocar para outro ponto do país no dia da votação, segundo estimativas das autoridades eleitorais. As urnas estarão abertas entre as 07h00 e as 15h00 locais de sábado (23h00 de sábado e 07h00 de domingo, hora de Lisboa).