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Confrontos durante greve geral contra Maduro fazem 4 mortos. As ruas ficaram desertas na Venezuela.

Este artigo tem mais de 5 anos

A oposição ao regime de Nicolás Maduro convocou uma greve geral para esta quinta-feira: manifestantes estão a cortar estradas e os serviços estão fechados. Já há mais de 50 detidos e vários feridos.

A venezuela está parada em protesto contra o presidente Nicolás Maduro
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A venezuela está parada em protesto contra o presidente Nicolás Maduro

AFP/Getty Images

A venezuela está parada em protesto contra o presidente Nicolás Maduro

AFP/Getty Images

As ruas das cidades venezuelanas estão esta quinta-feira desertas devido à greve geral marcada pela oposição ao regime de Nicolás Maduro contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte. A greve é o mais recente mega-protesto convocado pela Mesa da Unidade Democrática, aliança de partidos da oposição que esta semana apresentou um programa de governo alternativo.

Venezuela. Como se chegou até aqui e o que pode acontecer a seguir

Num país que vive um dos seus piores momentos políticos, a oposição pediu que a paralisação fosse mesmo total. O deputado Freddy Guevara, um dos principais líderes da MUD, apelou esta quarta-feira a que toda a gente ficasse mesmo em casa — sair seria apenas para colocar vedações nas estradas.

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Vamos seguir aqui o que está a acontecer na Venezuela ao longo desta quinta-feira.

7h00

As cidades venezuelanas acordaram com as ruas — incluindo as principais avenidas — totalmente desertas. Algumas estavam mesmo trancadas para impedir a circulação, em protesto contra o presidente Nicolás Maduro. Ao mesmo tempo, começaram os primeiros confrontos entre manifestantes e polícia, com as autoridades a derrubar algumas das barricadas. A imprensa venezuelana tem reproduzido algumas imagens partilhadas no Twitter por cidadãos que têm testemunhado as ruas desertas em diversas cidades do país.

Maracaibo, no estado de Zulia, zona ocidental do país, cidade onde foram fechadas várias ruas com trancas improvisadas:

Caracas (a capital), onde a avenida Francisco de Miranda, a mais importante e movimentada artéria da cidade, foi cortada:

Los Nuevos Teques (nos subúrbios de Caracas) e Los Mangos de Puerto Ordaz (na zona oriental do país), onde a polícia começou a derrubar as barreiras erguidas pelos manifestantes e disparou, segundo alguns relatos, gás lacrimogéneo logo a partir das 5h da manhã:

8h00

Por volta das 8h começaram a abrir os primeiros serviços nas cidades venezuelanas — sendo que na generalidade apenas os serviços básicos estão a funcionar. O metro de Caracas estava deserto. Segundo o El Nacional, na estação Plaza Venezuela, na linha 1, onde habitualmente é muito complicado aceder aos comboios devido à grande quantidade de gente nas estações, havia apenas 5 ou 10 pessoas.

A esta hora, surgiam também as primeiras informações relativamente a roubos feitos durante a madrugada a estabelecimentos que não abriram esta quinta-feira.

9h00

Novos desacatos entre polícia e manifestantes em várias cidades do país. A polícia lança gás lacrimogéneo contra os manifestantes e derruba as barreiras de forma a reabrir as estradas.

Detenções são feitas na cidade de Zulia. Um vídeo divulgado no Twitter mostra pelo menos dois manifestantes a ser detidos pelas autoridades.

Outro vídeo divulgado no Twitter mostra o momento em que elementos da GNB (Guarda Nacional Bolivariana) supostamente agridem um manifestante, empurrando-o para o interior de uma carrinha da polícia e espancando-o com uma arma.

10h00

O deputado Freddy Guevara, um dos líderes da oposição, fala pela primeira vez sobre o sucesso da greve geral, que pode ser comprovada através das imagens de controlo partilhadas pelo Metro de Caracas: “Fotos de plataformas vazias e reconhecem que o transporte [o metro] se juntou à greve”.

Ao mesmo tempo, Guevara aproveitou para destacar que os manifestantes devem “deixar passar ambulâncias, médicos, [serviços de] emergências e jornalistas” nas vedações colocadas para cortar o acesso às estradas.

11h00

O jornal El Nacional dá conta da existência de dois feridos na sequência de agressões por parte da Guarda Nacional Bolivariana. De acordo com a publicação, as duas pessoas ficaram feridas depois de as autoridades terem disparado tiros e atirado granadas de gás lacrimogéneo sobre os manifestantes em Altamira, junto à autoestrada Francisco Fajardo, uma das mais importantes vias rápidas do país.

12h00

Pelo menos 42 pessoas foram detidas no estado de Nueva Esparta, durante confrontos entre agentes da Guardia Nacional Bolivariana, informou a ONG Foro Penal Venezolano. A organização detalhou ainda que entre os detidos há menores de idade e idosos, de acordo com o jornal El Nacional. O mesmo jornal dá conta da detenção de mais onze pessoas na cidade de Barquisimeto e ainda do ferimento de um jovem de 26 anos, a tiro, pela polícia.

13h00

Nicolás Maduro fala pela primeira vez, garantindo que irá meter os “terroristas” na prisão quando realizar a Assembleia Constituinte. Chamando “rapazito estúpido” a Freddy Guevara, Maduro assegurou que o deputado da oposição “já tem a sua cela pronta”. “Quando vi esse terrorista imbecil apelando à greve, a primeira coisa que me perguntei foi: como se sente aquela barata?”, afirmou o presidente venezuelano.

Entretanto, nas redes sociais, Nicolás Maduro vai continuando a partilhar imagens que mostram uma aparente normalidade nos locais em que anda a fazer campanha, com muita gente na rua.

14h00

Carros de residentes de um bairro habitacional foram queimados por coletivos pertencentes às milícias apoiantes do regime, no estado de Aragua. Vários veículos foram também danificados, com objetos a serem atirados para o seu interior, como mostram imagens divulgadas nas redes sociais.

15h00

A primeira vítima do “Trancazo” que paralisa a Venezuela é Ronney Tejera, um jovem que se manifestava em Santa Eulália de Los Teques. Os tiros terão sido disparados pela Guarda Nacional Bolivariana. Os seus irmãos, Gabriel e Hector também foram feridos, um número que continua a subir. Durante as primeiras horas da tarde, em Maracaibo, no estado de Zulia, uma pessoa ficou ferida com balas de goma, que não são munições verdadeiras, uma outra foi atacado com bastões da polícia e um jovem de 18 anos fraturou a tíbia, depois de ter sido atingido por uma bomba de gás lacrimogéneo. As informações estão a ser avançadas pelo jornal La Verdade e pelo El Nacional. Entretanto continuam a circular fotos de uma Venezuela, aparentemente, vazia.

16h00

Cinco horas de violência em Los Ruices, uma zona habitacional em Caracas. A polícia entrou em alguns prédios, partindo janelas e assustando pessoas, dizem os meios de comunicação social. Várias pessoas feridas pelos confrontos e muitas sentido-se asfixiadas pelo gás lacrimogéneo queixaram-se aos paramédicos. Neste momento mantêm-se as ruas fechadas e os confrontos entre a Guarda Nacional Bolivariana e a oposição. Estas são as horas mais críticas dos confrontos.

A Guarda Nacional deteve pelo menos quatro pessoas na avenida principal de Los Ruices sendo que a oposição também queimou um dos seus veículos.

17h00

Morre mais uma pessoa nos confrontos. Um jovem morreu em La Isabelica, no estado de Valência, no norte litoral do país, depois de ter sido atingido por um tiro no peito. O seu nome, segundo os jornalistas no terreno, chamava-se Andrés Uzcátegui e terá sido atingido por uma bala da Guarda Nacional Bolivariana. A confusão contaminou todo o país e é difícil saber mais do que aquilo que dizem os meios de comunicação locais. Nas últimas horas começaram, por exemplo, a surgir relatos de agressões feitas a civis por parte de outras pessoas vestidas à civil mas com acesso a armas que apenas a polícia teria.

Entretanto, continuam a chegar, através do Twitter, notícias de confrontos e repressão policial:

Membro da missão venezuelana na ONU une-se à oposição

Está a circular na internet um documento que, a ser verdadeiro, comprova a intenção de Isaías Medina, membro da missão diplomática da Venezuela nas Nações Unidas, em renunciar aos eu cargo e unir-se à oposição a Nicolás Maduro. Medina acusa o regime de violar os direitos humanos e de ser uma ditadura.

18h00

Continuam a chegar notícias de feridos e detidos. Só em El Trigal terão sido presas 21 pessoas. Os mortos são, até agora, quatro: Dois jovens baleados, um perdeu a vida em circunstâncias ainda não esclarecidas e um idoso morreu de enfarte, quando rebentou dentro de sua casa uma bomba lacrimogénea. Ao princípio da noite, Alfredo Romero, diretor da organização não-governamental Foro Penal, confirmou que já tinham sido detidas 82 pessoas.

19h00

Uma da manhã em Lisboa, princípio da noite na Venezuela. E a trégua não está no horizonte.

Juan Andrés Mejía, coordenador político do partido Vontade Popular, disse esta quinta-feira à noite que o êxito da greve geral demonstra a “incapacidade do presidente Nicolás Maduro para controlar o país”, apesar “das ameaças e repressão desencadeada pelas autoridades de segurança”. Entretanto Nicolás Maduro pediu á justiça do país que “atue de imediato” contra Carlos Ocariz, prefeito da zona de Sucre no este de Caracas, a quem responsabiliza por incitar a oposição ao ataque à televisão estatal. No discurso ordenou que “se capturem todos os terroristas” envolvidos.

Maduro disse também que a oposição falhou porque as 700 maiores empresas do país continuaram a funcionar, tal como os principais setores do país: eletricidade, saúde e transportes.

20h00

Pessoas nas imediações da Avenida Rómulo Gallegos, em Caracas, estão a dar conta de tiros disparados na zona, alegadamente disparados pelos chamados “coletivos” armados pró-Maduro, um fenómeno que o Observador já explicou. Estes homens terão chegado em motas para se juntarem à própria Guarda Nacional Bolivariana.

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