A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, saudou esta segunda-feira, num comunicado divulgado em Bruxelas, o “forte compromisso” mostrado pelos timorenses com o processo democrático.

Em 22 de julho, o povo de Timor-Leste votou nas terceiras eleições parlamentares desde a independência do país. Tal como nas recentes eleições presidenciais, a taxa de participação nas urnas demonstrou um forte compromisso com a participação no processo democrático”, segundo o comunicado.

A Alta Representante para a Política Externa da União Europeia (UE) lembrou ainda que Bruxelas “continua dedicada a fortalecer os laços de amizade e cooperação com Timor-Leste e a trabalhar com as instituições soberanas e o povo timorenses no apoio ao desenvolvimento do país.”

A missão de observação eleitoral da UE disse esta segunda-feira que as legislativas de sábado em Timor-Leste foram credíveis, transparentes e bem organizadas, sem incidentes ou irregularidades graves.

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Numa avaliação preliminar do processo de realização das eleições legislativas, a missão destacou que as autoridades eleitorais, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram “eficientes e pontuais”.

Entre os aspetos mais preocupantes, a missão voltou a referir – tal como nas presidenciais – “as poucas regras sobre financiamento de partidos ou as que existem e não se implementam, não havendo sanções adequadas para quem não cumpre”.

A missão vai agora preparar um relatório final mais alargado a apresentar em setembro.

A Fretilin venceu as legislativas timorenses de sábado com uma vantagem de cerca de mil votos em relação ao CNRT, segundo a contagem final dos boletins divulgada no domingo pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).

Segundo os dados do STAE, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), de Mari Alkatiri, obteve 168.422 votos e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, conseguiu 167.330.

Aplicando o método de Hondt, a Fretilin terá 23 deputados e o CNRT terá 22 no Parlamento Nacional, onde há um total de 65 lugares.

A terceira força mais votada foi o Partido Libertação Popular (PLP), do ex-Presidente Taur Matan Ruak, que conseguiu 60.092 votos (oito deputados), seguindo-se o Partido Democrático (PD), com 55.595 votos (sete deputados) e o Khunto, com 36.546 votos (cinco deputados).