A Jordânia recusou deixar sair do país o segurança da embaixada de Israel em Amã que matou a tiro dois jordanos, após, segundo a versão israelita, ser atacado por um deles com uma chave de fendas, indicou fonte militar.

Segundo o sítio Hala Akhbar, ligado ao exército jordano, o incidente ocorrido domingo à noite num edifício residencial usado por pessoal da embaixada israelita em Amã vai ser devidamente investigado e, se Israel recusar, as autoridades tomarão “medidas diplomáticas”, que não foram especificadas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamim Nertanyahu, garantiu pouco depois que o segurança será trazido em segurança para Israel e que, ao telefone com o agente, assegurou que o país tem experiência em negociações deste género.

Antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita indicou que o segurança está sob imunidade diplomática, de acordo com as convenções internacionais, frisando que está em contacto permanente com as autoridades jordanas para o esclarecimento do caso.

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O incidente ocorre num momento em que Israel e Jordânia realizam contactos devido a uma crise gerada em torno de um templo em Jerusalém, adorado por muçulmanos e judeus, a Esplanada das Mesquitas. A Jordânia é o guardião muçulmano do local.

Entretanto, em Jerusalém, um clérigo muçulmano indicou esta segunda-feira que o chefe da polícia da cidade se reuniu no domingo com um advogado que representa a liderança islâmica para analisar a escalada de tensão na crise na Esplanada das Mesquitas.

Segundo Ikrema Sabri, na reunião, o chefe da polícia de Jerusalém, Yoram Halevi, ouviu as preocupações e exigências das autoridades muçulmanas, e admitiu a possibilidade, embora ainda muito ténue, de os detetores de metais colocados por Israel à entrada da Esplanada das Mesquitas serem substituídos por câmaras de segurança.

Ikrema Sabri adiantou ainda que o advogado dará esta segunda-feira a conhecer aos líderes muçulmanos as respostas e o conteúdo da reunião.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, o incidente na embaixada em Aman começou quando dois trabalhadores jordanos chegaram ao edifício para substituir mobília.

Um dos trabalhadores, identificado pelos media israelitas como tendo 17 anos, terá atacado o segurança com uma chave de fendas. O guarda abriu fogo, matando o adolescente, descreve a imprensa. Um segundo jordano, dono do edifício, foi atingido por tiros e acabou por não resistir aos ferimentos. A polícia indicou que o dono do edifício era médico.

O pai do jovem de 17 anos morto no incidente, Zakariah Al-Jawawdeh, exigiu, entretanto, que seja feita justiça, alegando que o seu filho foi abatido em território jordano e que seria “inaceitável” que o Governo não punisse o responsável.

Citado pela AP, Al-Jawawdeh negou, por outro lado, que o seu filho tivesse quaisquer motivações político-religiosas face à tensão na Esplanada das Mesquitas, garantindo ainda que o jovem de 17 anos não está filiado em nenhum grupo ou associação.